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Postado por Autismo em Dia em 29/maio/2023 - Sem Comentários
Hoje vamos apresentar uma clínica muito interessante localizada em Recife, apresentada por uma sócia e terapeuta ocupacional. Estamos falando da Práxis Intervenção Interdisciplinar, que conta com diversos especialistas nos transtornos do neurodesenvolvimento. A clínica possui uma forma inovadora de tratamento. As salas de atendimento são interligadas e não tem portas, ou seja, os pacientes são livres para transitar entre elas, o que promove uma troca muito interessante entre os profissionais e os pacientes.
Quem conversou com a gente para contar como isso funciona foi a terapeuta ocupacional Mayara Farias de Lima Sena. Ela é sócia e terapeuta ocupacional na Práxis. Formada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Pernambuco desde 2016, trabalha com crianças e adolescentes com transtornos do desenvolvimento, especialmente o Transtorno do Espectro Autista, desde a sua formação. Mayara também é certificada em Integração Sensorial, além de ter especialização em Análise do Comportamento Aplicada, entre outros cursos voltados para a área de tratamentos para os transtornos do desenvolvimento.
Esse não é o único material que produzimos com a colaboração da profissional. Também está disponível para download gratuito o E-book: “Terapia Ocupacional para crianças autistas: como o tratamento pode ajudar”. Então, se esse é um conteúdo que te interessa, basta clicar aqui para baixar.
Agora, vamos saber mais sobre a Práxis? Continue a leitura e confira!
Índice
Práxis Intervenção Interdisciplinar é um espaço idealizado por 4 sócios, incluindo a terapeuta ocupacional Mayara, uma colega de profissão e dois fonoaudiólogos.
“A Práxis é um ambiente totalmente interdisciplinar, tanto na estrutura quanto na forma de intervenção. Quisemos fazer um espaço integral em que os terapeutas pudessem trocar uns com os outros constantemente. Sentíamos certa dificuldade em ter acesso a outros profissionais. É muito complicado precisar encaixar reuniões sobre os pacientes em horários que estejam disponíveis para todos, e existem demandas que não podem esperar. Então tivemos a ideia de criar um espaço que fosse todo integrado e fácil para a equipe trocar.
Também era importante para nós ter um pátio para atividades ao ar livre, e assim a gente fez. Usamos bastante esse espaço e é de fato muito valioso o trabalho que estamos realizando.
A Práxis é uma grande casa sem portas. As crianças podem transitar de uma sala para outra e essa liberdade traz muitos benefícios. Não é muito comum ver esse tipo de abordagem aqui em Recife, geralmente as clínicas trabalham no modo tradicional, a criança vai para uma salinha fechada e fica lá com um único terapeuta. Aqui as salas se conectam, acontece de estar o TO e o fono na mesma sala, cada um com uma criança, usando abordagens que podem ser proveitosas para ambos.“
“Nossa equipe troca muito, e nós queremos cada vez mais que as crianças que venham fazer algum tipo de tratamento aqui façam todas as intervenções necessárias com a gente. Isso porque o analista do comportamento que supervisiona as intervenções ABA está sempre por aqui, então a gente consegue estar sempre trocando entre toda a equipe. Isso costuma ser tão difícil, e essa agilidade que conseguimos ganhar é muito importante para o tratamento.“
Conforme explica Mayara, a diferença de um atendimento clássico (ou seja, de portas fechadas) para a abordagem de portas abertas é total. Veja a explicação da profissional:
“Antes de mais nada, podemos observar que a vida cotidiana não acontece em uma salinha fechada. A vida não se passa em um ambiente totalmente livre de estímulos. No dia a dia, essas crianças estão inseridas em ambientes que tem outras crianças, adultos, estímulos imprevisíveis. Queremos que as intervenções se passem em um ambiente mais próximo possível do dia a dia, que exista essa troca de experiências que vai além do consultório.
A gente fala muito que a Práxis é um ambiente sem barreiras. E é muito bacana acompanhar, na prática, todas as trocas sociais que acontecem por causa dessas portas abertas. Isso é muito bom. Às vezes está um terapeuta com uma criança e na mesma sala outro terapeuta com outra criança, e ali a gente começa a fazer uma intervenção em conjunto, de uma forma natural. Isso acontece muito, é rotineiro.”
Para dar um exemplo prático de como isso é eficaz: imagine que na sala está um fonoaudiólogo com uma criança, e na mesma sala está o TO. Esse fono comunica algo que é importante ser abordado naquele momento, uma intervenção que o TO pode colaborar na mesma hora, e isso é feito. Pra ser um exemplo ainda mais prático, Mayara dá um exemplo do dia a dia em consultório:
“O fonoaudiólogo está com uma criança que esteja fazendo o uso da prancha de comunicação, mas ela precisa de uma organização maior para conseguir ficar parado no ambiente. Então o TO intervém fazendo uma adaptação nesse ambiente para que ela consiga usar melhor a ferramenta.
Outra coisa que acontece muito: o terapeuta pega um brinquedo para trabalhar com uma criança, mas aí outra criança que está no ambiente também se interessa. Na mesma hora nós conseguimos estimular uma troca social, intervir ensinando habilidades como realizar um pedido, aprender a dividir e revezar etc. Essas trocas são muito naturais. Certamente sempre tem um planejamento por trás. Mas os terapeutas conseguem executar o planejamento das suas intervenções no decorrer do atendimento e a gente percebe que esses atendimentos aumentam a motivação dos nossos pacientes e consequentemente aumentam também os resultados.“
É certamente uma abordagem diferente e interessante, não é mesmo?
Esse foi mais proTEAgonistas. Dessa vez, contando uma história um pouco diferente do habitual, é verdade! Mas é certamente uma história importante e interessante de ser contada.
Gostou da proposta da Práxis? Então deixe um comentário para a gente saber disso! E aproveite para seguir o perfil da clínica no Instagram: @paxis.inter.
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Até a próxima! 💙
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