Diagnóstico do autismo: o que fazer enquanto espera pelo resultado?
Postado por Autismo em Dia em 04/fev/2021 - 17 Comentários
O diagnóstico do autismo não é uma coisa fácil, simples ou rápida de se conseguir. E muitos pais e mães cujas histórias reais nós já contamos aqui no site podem confirmar isso. Tudo começa na desconfiança dos pais e das outras pessoas do convívio, mas até o resultado final chegar, existe uma série consultas e exames.
Isso sem contar no impacto na vida das pessoas envolvidas, como pais, cuidadores, professores, entre outros. Muita gente acaba se deixando levar pela negação ou por visões equivocadas do que é o autismo. Isso tudo interfere, de alguma forma, no processo até o diagnóstico.
Mas hoje a gente quer falar diretamente com você, que é pai ou mãe de uma criança que você desconfia que é autista. Esse processo pode durar meses e até anos. Por isso, acalme seu coração e veja as dicas que temos do que você pode fazer enquanto aguarda o diagnóstico do autismo.
Fonte: Envato – Farknot
Índice
1 – Aprenda (muito) mais sobre o autismo
Graças à internet e à literatura, existem muitos materiais disponíveis e de fácil acesso sobre o que é o autismo. Neste momento, aprender sobre o que é o autismo é essencial. E quando você começar a aprender sobre o assunto, vai saber formular as perguntas certas que vão te fazer chegar em conhecimentos mais aprofundados.
Mas é muito importante ter cuidado com quais são as suas fontes. Infelizmente, é muito fácil ser enganado por pessoas mal intencionadas ou materiais que nem mesmo são verificados por médicos especialistas em autismo. E se isso acontecer, tá tudo bem. É compreensível que durante esse período você esteja ansioso por informações que gerem esperança.
Outro benefício de ficar bem informado é que o autismo é muito amplo e nenhum autista é igual a outro. Além dos graus leve, moderado e severo, existem uma variedade bem grande de comorbidades e padrões de comportamento. ¹
Está tudo bem com o fato de que você não vai conseguir saber tudo de uma vez. Portanto, comece pelo básico e pergunte: o que é o autismo?
Fonte: Envato – Rawpixel
2 – Registre e reúna as informações da sua criança
Conforme o tempo for passando, muitas coisas vão acontecer no desenvolvimento da sua criança que podem dar indícios do autismo. Alguns sinais são pequenos e podem passar desapercebidos. Porém outros vão chamar muito mais a sua atenção.
Sempre que você puder, leve a criança ao médico e veja o que o profissional tem a dizer. A partir disso, comece a criar um registro de tudo pelo que a criança já passou e todos os motivos pelos quais ela foi examinada ou avaliada.
Além disso, você também pode criar uma pasta com anotações de coisas que você mesmo observa que vem te causando alguma curiosidade, a famosa pulga atrás da orelha. Faça anotações sobre diferentes comportamentos diante de variados lugares e situações. Faça uma lista do que você vem considerando que são os pontos fortes e pontos fracos do comportamento daquela criança.
Toda vez que você estiver diante de um médico ou de um psicólogo para falar sobre a possibilidade do autismo, leve esses registros com você. Afinal, o médico não vai poder estar em todas as situações, e muito do que é avaliado é feito com base no relato dos pais.
Fonte: Envato – LightFieldStudios
3 – Saiba o que você pode esperar do avaliação e do diagnóstico do autismo
O diagnóstico do autismo pode ser feito de diferentes formas. Às vezes ele é feito por uma equipe de especialistas e outras por um único médico. Mas, em geral, os profissionais envolvidos são pediatras, psicólogos e neurologistas. Porém, independente de qual especialista vai estar disponível e apto a fazer a avaliação e, posteriormente, dar o diagnóstico do autismo, uma coisa não muda. Isso vai envolver uma relação direta entre cada profissional e a criança.
O que esses profissionais vão fazer é avaliar a criança através de testes com bases científicas sólidas e que se adequem à linguagem e ao universo de quem está sendo avaliado. Muitas vezes uma simples brincadeira que o médico tentar com seu filho já vai ser um método que pode trazer respostas. Há também alguns testes cognitivos que vão medir como estão as habilidades da criança em determinadas áreas. ²
O profissional vai te fazer muitas perguntas. Assim, quanto mais precisas forem as suas respostas, mais elas vão ajudar numa análise com bons critérios.
Nós sabemos que não é todo mundo aqui no Brasil que tem acesso a uma quantidade considerável de profissionais para fazer essa análise. Portanto, aproveite toda oportunidade que você tiver diante de um profissional para tirar suas dúvidas.
Fonte: Envato – bernardbodo
4 – Se possível, compare os resultados
O transtorno do espectro autista é uma condição que é conhecida há muitos anos, mas que ainda carece de especialistas. Estes na maior parte das vezes têm boa vontade, mas não tiveram experiências o suficiente para olhar para o seu filho e determinar o autismo. Sem contar que não são todos os lugares que oferecem condições para que essas pessoas continuem aprimorando seus conhecimentos no TEA.
Mas você sabe como isso impacta o diagnóstico do autismo?
Como muitas pessoas que nós entrevistamos já relataram, essa lacuna no preparo dos profissionais faz com que, muitas vezes, exista um diagnóstico negativo dado equivocadamente. Por isso, muitos pais e mães acabam consultando outros médicos e indo cada vez mais fundo no problema.
Porém, quando não há iniciativa dos responsáveis ou mesmo quando a condição de vida não permite, um diagnóstico negativo dado de forma apressada pode impedir que os tratamentos e terapias sejam aplicados como devem. E a maioria dos especialistas em autismo advertem que quanto mais cedo as estimulações começarem, maiores as chances de o autista se desenvolver dentro das suas condições.
Portanto, sempre que você puder, compare a visão técnica de mais de uma pessoa.
Fonte: Envato – Wavebreakmedia
5 – Prepare-se para o diagnóstico do autismo utilizando o apoio emocional de quem está por perto
Tanto o período anterior quanto o posterior ao diagnóstico do autismo podem ser ser muito difíceis para algumas pessoas. E aqui falamos da questão emocional. A resposta pode ser um alívio, mas também um momento que abala suas estruturas.
Durante as sessões médicas, considere, então, levar alguém de confiança que pode te ajudar a lidar com a situação com uma ótica mais objetiva. Alguém que vai te ajudar a tomar notas sobre o que o médico vai falar. Alguém que pode te ajudar a organizar os pensamentos e fazer os relatos com mais fidelidade.
Em geral, pai e mãe, como casal, tendem a ter um no outro esse apoio. Mas tanto homem como mulher podem ficar desestruturados nesse momento. Além disso, muitas mães e pais acabam tendo que lidar com a criação da criança por si só, por motivos variados.
E veja só como isso também te dá a oportunidade de ir introduzindo aos poucos o assunto entre familiares e amigos. Estes que, muitas vezes, podem agir de modo não muito agradável diante da criação diferenciada que você terá de dar ao seu filho. Não é aceitável que as pessoas julguem a criança autista como mimada, birrenta ou qualquer outra palavra ruim.
Certamente, a educação será muito mais desafiadora depois do diagnóstico do autismo.
Fonte: Envato – AnnaStills
6 – Não espere o diagnóstico do autismo para agir
Antes de tudo, é importante a gente explicar que o título acima não tem nada a ver com fazer um autodiagnóstico. Isso é perigoso. Somente um profissional preparado pode dar o diagnóstico fechado. Fora que existem muitos benefícios em ter o laudo médico para a condição de autismo, principalmente para usufruir nos direitos.
Mas enquanto isso não chega, uma coisa é certa: em alguns casos, pode nem mesmo ser saudável ficar esperando o resultado para começar a intervenção. Se você chegou ao ponto de ter que avaliar seu filho ou filha por algum tipo de comportamento atípico, é porque algo precisa ser trabalhado nela para melhorar a qualidade de vida. ³
Independente de ser autista ou não, a criança pode estar vivendo um atraso ou alguma deficiência. Pode ser algo que precise de fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia ou qualquer outro tipo de atenção. Ao lado desse processo de investigação do autismo, a vida está acontecendo, o ano escolar está correndo, os aprendizados sociais já estão afetando a forma como esta criança está enxergando o mundo.
Dica extra: acompanhe o Autismo em Dia
Todas as nossas dicas têm a única intenção de levar esperança a você. O diagnóstico de autismo não é a pior coisa que pode acontecer com você. Mas também não é fácil. E quanto maior o grau de dependência, mais essa condição vai ser desafiadora. Mas a maioria dos pais e mães venceram essa etapa com louvor. E exemplos não faltam!
E se você quer começar levando à risca nossa dica número 1, a gente pode te ajudar! Tanto nosso site como as nossas redes sociais estão recheadas de boa informação verificada por especialistas. Você não está sozinho nessa. Vem bater um papo com a gente lá no Instagram ou no Facebook.
E se esse artigo de fato te ajudou, imagina quanta gente pode estar precisando disso bem agora! Ajude a comunidade compartilhando com quem precisa.
Até mais! =)
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Este artigo foi inspirado e livremente adaptado do original Five things to do while waiting for an autism evaluation, do portal internacional Autism Speaks.
Referências bibliográficas e a data de acesso:
1. Supera Farma – 27/01/2021
2. National Institute of Child Health and Human Development – 27/01/2021
3. Associação de amigos do autista – 27/01/2021
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Descobrir que meu filho é Autista poucos meses,não tenho um diagnóstico fechado ,mais não é nada fácil, quando não tem profissionais capacitados para lhe ajudar no seu munícipio.
Obrigado, adorei essa informação acabei de ter um diagnóstico para o meu filho, mas como está no começo das avaliações, ainda não se sabe de muita coisa! Muito útil esse site para tirar dúvidas iniciais.
Tenho 46 anos e estou em processo de diagnóstico. Estou angustiada, ansiosa. Pela autoanálise eu tenho certeza que sou autista leve, mas quero muito ter um diagnóstico fechado, pelo simples fato de poder dar um nome para tudo o que eu passei durante toda minha vida, principalmente minha infância que nunca foi diagnosticado. Pra mim, vai ser um alívio ter um nome, uma resposta para tudo.
Estamos torcendo por você Sammy!
meu filho estar sobre investigação tem 3 anos faz quatro próx mês se bate morde n tô conseguindo lhe da com essa situação sou mãe sozinha ..ele
vai começar as seções 🙏🏻23/072023
minha filha está em processo de investigação, ela pode usar o colar de identificação como o girassol e quebra cabeça? ou eu tenho que esperar até o fechamento do diagnóstico?
Olá, Lia. Ela pode usar, no entanto, em algumas situações podem pedir um laudo, como em filas preferenciais por exemplo.
Minha filha está em processo de avaliação, tem 7 anos, gostaria de saber como explico para ela o motivo dela estar realizando essas avaliações, pois ela sempre pergunta, pq ela está indo na psicóloga, pq ela tem que ir na neuro, enfim, pergunta sobre tudo, e quando vamos na neuro a neuro fala abertamente sobre autismo, e ela me perguntou ontem, o que é autismo, respondi de forma descontraída. Falo pra ela diretamente que ela está sendo avaliada para saber se ela tem autismo?
Olá Greice, é importante falar sim sobre o autismo pra ela, mas se você não estiver sabendo como fazer sozinha, pode pedir orientação para a psicóloga, comente sobre a curiosidade dela e podem fazer uma sessão para esclarecer a dúvida que ela tem. Um abraço, 💙
olá,
Meu esposo foi diagnosticado autista aos 47 anos. As altas habilidades fizeram ele crescer profissionalmente em uma grande empresa pública, mas a pouca habilidade social fez ele cair para o posto iniciante, há 2 anos. Há época não tínhamos o laudo, tudo foi muito sofrido. Agora estamos fazendo os exames na nossa filha mais velha, hoje com 18 anos, há 3 anos ela trata TOC e Depressão, também possui uma grande restrição alimentar desde bebê. Levamos a muitos pediatras, neurologistas, psiquiatras. Percebo uma resistência e falta de apoio até de alguns profissionais da saúde. Já escutei: ” Mãe hoje todo mundo toma um remedinho”… pra mim como mãe, doe até hoje ver minha filha tão nova tomar tantos remédios.
Também não tive apoio da minha família. Os avós não querem que ela faça os testes. Afirmam que o laudo vai limita-la.
Estou na terapia. Para cuidar preciso me cuidar.
Meu esposo e eu optamos pelos exames.
Não saber é Tampar o sol com uma peneira.
Os testes são sem dúvida o caminho mais longo, cansativo e dolorido, mas são o caminho mais certo. E devem ser feito.
Tenho rezado, estudado e assistido muitos vídeos sobre o autismo.
Também já agradeci muitoooooo a Deus pela minha família, completamente atípica, mas minha família.
Estou evitando contato com quem não acrescenta. Inclusive familiares.
Estou resignificando muita coisa em minha vida.
Vá a mil médicos, se necessário for, exclua os médicos desatualizados que fazem o tipo de comentário que eu escutei, o do “remedinho”. Não desista.
Independente da sua religião, peça força e sabedoria, peça ao universo…e confie! Confie na providência.
abraço fraterno.
Olá, Lidiane. Você está no caminho certo… fique firme. Estamos por aqui! 💙
queria dizer a todos vcs que sao maravilhosos.
nao desistam de vcs e nem dos seus
amem muito
o amor e que nos sustenta
amo vcs
Obrigada, Ana Maria. Um abraço!
Sempre sofri bullying por não me encaixar no que era considerado “normal” não tinha amigos, não saia pra nenhum outro lugar que não fosse a escola, tinha meu próprio jeito de ver as coisas. A minha primeira filha é muito parecida comigo, ela faz muitas coisas que eu fazia e que nem imaginava que era do autismo, ela tapa os ouvidos, anda na ponta dos pés e enfileira os brinquedos, outra coisa que ela faz igualzinho a mim e pedir pra que parem de olhar pra ela, não gosto de fazer contato visual, me sinto extremamente desconfortável se alguém me olha fixamente. Eu sempre me identifiquei muito com ela, inclusive o fato de ela ser inteligente demais pra idade dela mas nunca pensei que pudesse ser por conta de um problema 😪 Ela foi diagnosticada aos 3 anos e ao longo desse processo eu fui descobrindo cada vez mais sobre o que é o autismo e quanto mais eu descobria mais eu pensava na possibilidade de eu ter autismo. Eu gosto de planejar tudo, ensaio o que vou falar, Falo as coisas sem perceber que estou magoando os outros ou chateando, sou muito sensível a barulhos, luzes e também sinto mais dor que o normal, não gosto de sair, gosto de estar sozinha na minha própria companhia, não percebo quando tentam tirar vantagem de mim, tenho minha maneira de pensar e de ver as coisas, não entendo linguagem de duplo sentido e levo tudo ao pé da letra. Enfim são muuuuuitas coisas, muitas mesmo e não dá pra por todas aqui kkk. Recentemente eu comecei com o processo de investigação de autismo e hoje é minha primeira consulta com a psicóloga, espero que dê tudo certo e que logo eu tenha o meu diagnóstico.
Olá. Cristina. Que bom estar em processo de investigação. Boa sorte em sua caminhada, um forte abraço!
ainda estou atrás das avaliações para meu filho
não sei se é autista , tdh ou outra coisa no capsi fizeram uma avaliação com ele e disseram que lá não atendia casos leves meu derram uma lista de atendimento psicológico estou em busca de um gratuito e próximo onde moro dei um cordao para ele a professora tomou dele disse que ele podia ser. tudo menos autista porque ele é comunicativo achei errado a atitude dela e o que disse para ele ele tem 7 anos eu mesmo não querendo sei que ele não é normal até hoje nunca participou. de nada na escola tipo festas não se apresenta em nada fora outras coisas que percebo no dia a dia não sei o que ele tem ainda mas sei que não é normal
Olá, Lidiane. Esperamos que logo chegue o momento da avaliação para seu filho, vai ser importante. Quanto a atitude da professora, falta informação sobre o espectro autista, não é mesmo? Força por aí… um abraço!💙