Autismo no Brasil: 5 medidas para fazer a lei funcionar!


Autismo no Brasil: 5 medidas para fazer a lei funcionar!

Postado por Autismo em Dia em 30/jun/2020 - 60 Comentários

Quando falamos sobre a situação de pessoas com algum tipo transtorno, deficiência ou outros déficits que as impeçam de ter uma vida plenamente adaptada na sociedade, é quase impossível não falarmos sobre a questão das políticas públicas. Como o nosso foco aqui é o TEA, hoje vamos abordar a questão do autismo no Brasil.

Convidamos a jornalista Andréa Bussade para fazer uma análise da real situação, principalmente sobre a aplicação da lei e ao interesse da sociedade na questão do autismo. Andréa é mãe de um rapaz autista de 20 anos e tem forte atuação na Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro, assim como na Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência, no mesmo órgão.

Além disso, Andréa é conhecida no meio político de seu estado por sua luta em prol de garantia de direitos das pessoas autistas. Seus maiores projetos são o seminário Rio TEAMA, que é sobre autismo e a criação de uma escola pública adaptada, que, infelizmente, ainda é só um sonho de Andréa.

Quais são os pontos fortes e fracos das leis? Como o poder público deveria agir? Quais são os caminhos para que pais e responsáveis de pessoas autistas tenham o que é preciso? Estas e outras perguntas é o que Andréa nos responde hoje. Acompanhe!

autismo no brasil andréa bussade em brasília

Fonte: Arquivo pessoal cedida por Andrea Bussade

Índice

Autismo no Brasil: o que garantem as leis?

O maior marco legislativo para o autismo no Brasil foi a lei federal 12.764/2012, que institui a política nacional de proteção dos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista.

Sancionada no final de 2012, a lei considera, para todos os efeitos, a pessoa autista como deficiente – ainda que essa palavra não seja comumente aceita entre pessoas que lidam com o autismo – e garante os mesmos direitos que, atualmente, possuem aqueles que tem deficiências físicas. ¹

A lei 12.764/2012 veio somar à LBI (Lei Brasileira de Inclusão – nº 13.146/2015) e à Convenção de Direitos da Pessoa Com Deficiência. Ambos os textos garantem uma série de práticas que buscam incluir pessoas com deficiência de forma justa e igualitária nos espaços sociais.

Um resumo da Lei 12.764/2012

  • Considera autismo uma deficiência, para efeitos legais.
  • Autoriza estabelecimentos públicos e privados a utilizarem a simbologia da fita quebra-cabeça para identificar a prioridade no atendimento.
  • Sugere que diferentes setores públicos trabalhem juntos para desenvolver políticas públicas para o autismo.
  • Pede que a comunidade verifique a aplicação dessas políticas.
  • Essas políticas devem ter atenção integral ao diagnóstico precoce, ao atendimento de diferentes profissionais e o acesso aos medicamentos.
  • Deve haver estímulo para entrada no mercado de trabalho.
  • Responsabiliza o poder público por divulgação de informações sobre o autismo.
  • Diz que deve haver estímulo à capacitação de profissionais e a pesquisas científicas sobre o transtorno do espectro autista.
  • Garante direito a diagnóstico precoce, ensino básico e profissionalizante e as garantias da previdência social.
  • Dá direito a professor acompanhante especializado caso estude em colégio de ensino regular

Autismo na carteira de identidade

Em 2018, foi feito o decreto federal 9278, que estipula novos requisitos para a carteira de identidade nacional. Entre as novas informações que agora podem fazer parte do documento estão as condições de saúde cuja divulgação possa servir para garantir que a vida seja resguardada – o que, claro, inclui o autismo.

Para emitir a carteira de identidade com as devidas informações, é preciso comprovar através de atestado médico ou algum documento oficial que certifique qual é a situação de saúde que o indivíduo precisa preservar.

Clique aqui para ler o decreto completo.

Exemplo de nova carteira de identidade. Fonte da Imagem: Secretaria da comunicação social e da cultura do Paraná – https://www.aen.pr.gov.br

A lei funciona? Andréa Bussade comenta

Considerando as diretrizes acima, Andréa Bussade comentou qual é o verdadeiro estado, segundo sua visão, do cumprimento da lei.

“Sei que pelo Brasil há realidades diferentes, principalmente quando a lei federal se encontra com as leis estaduais. Mas falando do ponto de vista aqui do meu estado, Rio de Janeiro, não tem muita coisa. A lei, por exemplo, garante medidas para o diagnóstico precoce, mas se a pessoa não tem condições financeiras para consultar um neurologista, é bem mais difícil

Aí a mãe e o pai conseguem o diagnóstico da criança e, a princípio, a lei diz que tem direito ao atendimento de vários profissionais e medicamentos necessários. Como sou bem conhecida do meio, os pais vêm me perguntar pra onde encaminham seus filhos depois do diagnóstico. Não tem locais públicos pra indicar. E como é que vai ser o desenvolvimento dessa criança?

Na época em que eu fiz parte de uma comissão da deficiência na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, visitamos uma escola maravilhosa de autistas da prefeitura em Volta Redonda [interior do estado] que é um ótimo exemplo. Tem transporte, atividades com horta, culinária e até uma sala que simula uma casa para o ensino de atividades domésticas. É uma escola que funciona no método TEACCH (programa educacional para melhorar os problemas de comunicação).

Mas é uma só, e tem muito mais gente pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil precisando. Acredito que o poder público precisa de alguns ajustes para que tudo isso funcione melhor”

autismo: opinião sobre a lei Berenice Piana

Fonte: Arquivo pessoal cedida por Andrea Bussade

A questão dos tratamentos alternativos

Andréa chama bastante atenção, também, para um tema muito em alta quando o assunto é autismo: os tratamentos alternativos. Esses tratamentos geralmente não são comprovados pela ciência e estão em fases de testes (o que pode demorar anos até que haja um resultado endossado pela comunidade científica).

As leis dizem muitas coisas, mas o que elas não citam é a proteção contra abordagens médicas suspeitas. Por isso, Andréa faz um alerta.

Aquilo que não tem comprovação científica precisa ser observado com mais cautela. Principalmente porque, quando os pais recebem o diagnóstico de autismo, acabam se deparando com pessoas que acreditam e comercializam remédios e terapias com promessas um pouco infladas. Inclusive,  recentemente aqui no Rio chegaram a prender uma falsa psicóloga que ficou por oito anos enganando familiares de autistas. ³

Infelizmente, existe uma comercialização do autismo muito incômoda. O pai ou mãe recebe o diagnóstico e logo vem alguém oferecendo um suplemento, vem outro e fala de uma dieta, o outro vem e promete a cura da fala.

O que eu acredito é no ABA, que é o mais completo, o mais testado e o que mostrou mais resultados. Mas ainda é preciso fazer com que esse método alcance mais pessoas. Quem pode fazer o tempo de ABA necessário é quem tem muito dinheiro. O desenvolvimento do meu filho nem o do filho de ninguém deveria estar condicionado a quanto a pessoa ganha.”

Autismo no Brasil: 5 medidas práticas para fazer a lei funcionar

“A lei é boa”, diz Andréa, a interpretação é muito simples. Mas é preciso que, quem tem o poder de fazer algo, faça a coisa certa”. A seguir, Andréa lista cinco ideias práticas que podem tornar a convivência dos autistas na sociedade mais humanizada, próspera e justa.

1 – Readequação das leis trabalhistas para pessoas com autismo no Brasil

“A lei toca num ponto ótimo, mas que não ganha a atenção necessária porque não se fala muito dos autistas adultos, como o meu filho. Mas, pare para pensar. Quase todas as vagas de PCD pedem o mínimo de escolaridade, ou seja, segundo grau completo. Mas para o autista, a escolaridade não é igual. Alguns mais severos, como o meu filho, não sabem nem escrever o próprio nome. 

Mas meu filho sabe muito bem tarefas manuais como empacotar, organizar, servir. Precisa haver essa flexibilização do que de fato demanda uma formação pelo ensino regular e o que pode ser oferecido de trabalho sem tanta rigidez. A vida do autista não se encaixa num quadrado”, arremata Andréa.

2 – Garantir os tratamentos pelo Estado e planos de saúde

“Quando se trata de conseguir os tratamentos, não tem sido fácil para ninguém. Muitos pais precisam entrar na justiça pra conseguir as terapias. Isso atrasa o desenvolvimento da pessoa que precisa, leva embora uma quantia de dinheiro que poderia ser usado na melhoria da qualidade de vida, e deixa muitos pais em depressão.

Eu já vi isso acontecer com várias pessoas, inclusive uma amiga próxima. E nisso quem perdeu foi o filho dela. Os tratamentos básicos precisam estar disponíveis acima de toda burocracia“, explica.

3 – Políticas de saúde focadas em diagnóstico precoce

“Essa é uma luta que venho tentando aqui no Rio de Janeiro. Por enquanto, sem sucesso. Mas a lei garante isso, e não é justo esperar que esses diagnósticos saiam apenas para quem pode pagar. Tem que ser parte da saúde pública”, afirma.

4 – Escolas públicas com ensino especializado

É preciso escolas que trabalhem com métodos que sejam comprovados cientificamente, baseados em evidências, a contraturno do horário regular. Essas práticas certamente vão garantir que as intervenções sejam eficazes sem colocar em risco a pessoa autista.

5 – Menos palavras, mais ações para o autismo no Brasil

“Aqui no Rio o que eu ouço das pessoas é que querem mais do que caminhadas de conscientização. Na minha visão, não se faz mais necessário fazer com que as pessoas conheçam o autismo, porque elas já conhecem. E toda vez que algum político resolve olhar pra um ponto da lei e fazer alguma coisa, nem sempre é algo efetivo que de fato traz benefícios para os autistas.

A carteira autista, por exemplo, do ponto de vista de organização, é uma boa ideia. Mas não serve muito se não tiver o serviço. Tem que ter a carteirinha e o serviço pro qual ela, na teoria, dá acesso.

Se você ficou curioso ou curiosa para saber mais sobre a trajetória de Andréa Bussade em torno do autismo, então te recomendamos a leitura do nosso texto que conta essa história. É só clicar aqui.

Seja também você um agente na garantia dos direitos. Sempre que tiver uma oportunidade, contribua para que pressionar com que as medidas da lei funcionem no seu bairro, na sua cidade. Sua atitude pode fazer a diferença.

Você também pode ajudar compartilhando este conteúdo para levar essa informação para mais pessoas. Até a próxima! =)

Referências bibliográficas e a data de acesso:

1. JUS – 22/06/2020

2. Planalto – 22/06/2020

3. G1 – 22/06/2020

4. Sociedade Brasileira de Pediatria/Associação Brasileira de Psiquiatria – 22/06/2020

 

 

 

“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”

60 respostas para “Autismo no Brasil: 5 medidas para fazer a lei funcionar!”

  1. Salomão Souza Teixeira disse:

    Olá,Tenho um filho diagnosticado com T.E.A.
    Vejo muitos profissionais sem qualificação para lidar com o espectro de cada um.
    Tenho convênio médico e foi muito difícil conseguir as terapias pelo convênio.simplesmente me mandaram para uma clínica a 40 km de minha residência.Procurei uma advogada no direito médico e conseguir trazer o tratamento para mais próximo de casa e o número de horas prescrito pelo neuropediatra do meu filho.
    Há 4 semanas ele faz tratamento pelo métodoABA em uma clínica com carga horária de 25 horas semanais.
    É puxado , é…
    Mas, não posso desistir do meu filho,quero que ele se torne um adulto funcional.
    Hoje ele tem 2 anos e 7 meses.
    Quanto mais cedo a intervenção na criança ,melhor.
    Precisamos trabalhar a neuroplasticidade de cada criança para seu melhor desenvolvimento.
    Tenho fé e com a ajuda de toda a equipe multi profissional da clínica (psicóloga/fonoaudióloga/terapeuta ocupacional/fisioterapeuta/música.Enfim todos que lidam com meu filho . gratidão a todos.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Salomão, adoramos conhecer um pouquinho mais da sua história. E nossa, realmente deve ser uma rotina muito desgastante, ainda mais tendo todo esse percurso para chegar até as clínicas. Nós admiramos muito sua força! Ficamos contentes que você persista, tenha certeza que seus esforços serão recompensados e que seu filho sente todo esse amor e cuidado com ele. Desejamos resiliência coragem e muita evolução para vocês. Sinta-se acolhido aqui no blog e volte mais vezes!

  2. Edileusa Santos Marques disse:

    Boa noite.
    Sou Professora de um aluno, Espectro Autista a mãe teve entrar na justiça,porém meu aluno perdeu o direito,de ter um Professor auxiliar em sala de aula,a mãe entrou novamente.
    Mas ainda não houve resposta ele está sem ajuda profissional educacional,grau dele é moderado para alto.
    Tenho curso na aérea educação especial e Transtorno Espectro Autista, e faço pós graduação de 1000 hs nessa aérea.
    Quero muito poder ajudar mas.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Edileusa, é tão ruim quando a mãe precisa lutar por algo que é um direito já garantido pela lei, né? Estamos torcendo verdadeiramente para que essa situação se resolva logo ? Sobre sua experiência como educadora, puxa que lindo! Nós amamos quando os professores no escrevem, é maravilhoso ver a dedicação e carinho de vocês com os alunos autistas, então, lembre-se que você já está ajudando muito com toda sua preocupação, atenção e especialização em TEA. Temos certeza que você é um ponto de apoio valioso para essa e muitas outras famílias. Em nome da comunidade autista, parabéns e muito obrigada. Volte sempre aqui no blog =)

  3. Marli Nunes Ferreira disse:

    Meu filho e autista na escola já pedi atividades especiais pra ele mas até agora nada mas não desisto luto por ele até agora não consegui a perícia dele

    • Autismo em Dia disse:

      Sabemos que é demorado e pode ser super cansativo, mas você está fazendo a sua parte, e isso é lindo! Estamos torcendo por você! Um abraço!

  4. Marli Nunes Ferreira disse:

    Ser mãe de autista temos que daras atenção e carinho que tudo dá certo amo meu pequeno

  5. Marli Nunes Ferreira disse:

    Meu filho tem 9anos estou aguardando a perecia dele pelo INSS já faz um ano piscicolaca já faz dois ano ou mas estou pagando particular e os remédios dele entrei na justiça pra ganhar entrei no ano passado até agora nada pisiquiatra estou aguardando mas de dois ano chamar até agora nada mas não perco a fé vou conseguir ele faz natação consegui escola com acompanhante pra ele mas pela justiça agora espero ajuda pelo governo não trabalho no momento pra cuidar dele e fazer as terapia dele graças adeus está dando certo melhorou muito agradeço Adeus e os profissionais que me ajuda e o pisicologo que me dá muito apoio e o pessoal da natação tenho muito gratidão a todos

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Marli, que bom saber que seu filho está nas terapias, fazendo atividade física e com acompanhamento especializado na escola, com certeza isso vai ajudá-lo muito ❤ Estamos torcendo para que você consiga atendimento médico também, sabemos que é desafiante mas é lindo ver sua dedicação. Um abraço de toda equipe do Autismo em Dia!

  6. Carmen Aparecida da Silva Carvalho disse:

    Meu filho luciano foi diagnosticado com 4anos foi um pouco tarde e na minha cidade não tinha tratamento especializado ele frequentou a apae e tomou muitos medicamentos.Hoje ele está com 27anos está controlado com medicamentos .mas eu fico pensando será que ele vai ter que tomar medicação a vida inteira.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Carmen, obrigada por deixar seu depoimento! É importante saber qual é a função do medicamento no caso dele, e conversar com o médico sobre as suas inseguranças e a necessidade de manutenção ou processo adequado para retirar, lembre-se que nesse caso, só o médico será capaz de te orientar adequadamente. Volte outras vezes aqui no blog =)

  7. maria pia rocha ferreira disse:

    E quando vc e seu filho descobrem o autismo leve, aos 27 anos depois de muitas burradas feitas?
    Às vezes parece leve mas compromete o social de forma contundente. Temos o apoio? Ou só preconceito?

  8. CINARA LUISA FERREIRA disse:

    .Eu filho tem 11 anos,foi diagnosticado com TDAHaos 6 anos,e só agora Depois de passar por uma Ressonância, passar por testes cognitivos,foi diagnosticado como TEA+TDAH,ele até aqui foi discriminado,sofreu toda espécie de preconceito na escola desde agressão física, bom agora tenho diagnóstico e estou correndo atrás do prejuízo, buscando terapias,não tenho condições financeiras para custear os tratamentos dele,até para comprar os remédios é difícil,além do TEA ele tem também a epilepsia, as vezes da desespero,tenho vontade de entrar na justiça para fazer valer os direitos dele…

    • Autismo em Dia disse:

      Olá Cinara, obrigada pela visita e por contar um pouquinho da história de vocês. Corta nosso coração saber que vocês passam por isso 🙁 Sabemos que pode ser doloroso e custoso entrar na justiça, pois já são tantas coisas para dar conta, né? Te desejamos muita força e sabedoria para escolher o melhor caminho a seguir. Esperamos que se sinta acolhida aqui no blog. Um abraço!

  9. Maria Dasdores Lopes Da Silva. disse:

    Existe uma Lei que dá direito aos pais de autistas serem prioridades em atendimentos diversos mesmo sem está com o filho(a)?

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Maria das Dores, como vai? Hoje, a legislação (Lei 10.048/00) exige atendimento prioritário a pessoas com deficiência, idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo e obesos. Isso em repartições públicas, empresas concessionárias de serviços públicos e instituições financeiras e se estende para o comércio quando há fila recorrentes. A princípio a lei não cita os cuidadores que não estejam acompanhados pela pessoa com necessidade especial, mas indicamos que procure um advogado especialista na área para entender se é possível e como exigir.
      Obrigado pela visita! Um abraço de toda equipe do Autismo em Dia.

  10. Carina Barbosa disse:

    Boa tarde! meu filho tem 7anos, foi diagnosticado com TEA com 4 anos, desde então tenho procurado todo tipo de informações e leis. Não tenho informações aqui na minha cidade onde fazer a carteirinha, procurei em alguns órgãos, inclusive na APAE , onde ele faz as terapias, ninguém sabe informar. Realmente ficamos desassistidas.

  11. Núbia Albuquerque disse:

    Gostaria de tirar uma dúvida como faço

  12. Vanessa disse:

    Oi Boa noite
    Meu filho tem 3 anos acabei de descobrir que meu filho tem autismo ainda não sabemos o grau,ta difícil não tenho dinheiro para o tratamento pelo o sus não encontrei nada o plano de saúde que fiz não tem profissional cm qualificados para cuidar dele,por enquanto fazendo particular cm a ajuda da família e esperando 6 meses de carência do plano para usar. O que eu faço,o medo é grande não sei se to ajudando meu filho to cm medo de não conseguir.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Vanessa, sabemos o quanto pode ser angustiante essa fase de descoberta do autismo e início das terapias. Infelizmente muitos pais encontram-se em situações semelhantes.

      Também é natural que os pais fiquem confusos quanto ao que eles podem ou não cobrar do plano quando o assunto é a disponibilidade e os prazos dos atendimentos para as terapias. De maneira resumida, você precisa estar atenta ao que diz a Resolução Normativa 259, de 17 de junho de 2011, que consta no site da Agência Nacional de Saúde (ANS).

      Essa RN fala sobre “a garantia de atendimento dos beneficiários de plano privado de assistência à saúde”. A seção 1 do capítulo 2 diz respeito aos prazos máximos de atendimento dos beneficiários. A seguir, uma lista de consultas frequentemente utilizadas por autistas que constam na Resolução (listadas junto com várias outras especialidades).

      – Consultas básicas (pediatria, cirurgia geral, etc.): até 7 dias úteis.
      – Fonoaudiólogo: até 14 dias úteis.
      – Psicólogo e terapeuta ocupacional: até 10 dias úteis.
      – Nutricionista e fisioterapeuta: até 10 dias úteis.

      A Resolução define que esses prazos devem ser contados a partir da data em que o atendimento é solicitado. Entretanto, deixa aberta a data de retorno da consulta, que pode ser definida de acordo com a disponibilidade do profissional que fizer o atendimento.

      Sabemos que, para os pais, nem sempre é fácil lutar pelos seus direitos. Mas a informação é uma boa arma a favor dos autistas. Algumas questões mais detalhadas da RN você pode encontrar no link: https://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=MTc1OA==

      Outra indicação é que você também esteja cuidando da sua saúde mental e procure atendimento psicológico para você, pois na sua terapia, dividindo seus medos, angústias, talvez você possa encontrar respostas mais produtivas sobre como passar por tudo isso com mais força, leveza e confiança.

      Esperamos ter ajudado. Um abraço corajoso!

  13. Márcia disse:

    Boa noite!
    Meu nome é Márcia e eu tenho um filho autista de 5 anos. Estou cogitando a possibilidade de depois da pandemia ver e sondar valores de financiamento pra uma possível compra de casa própria e gostaria de saber como a compra de um automóvel ter um certo desconto se financiamento pra casa própria se tem também?

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Márcia, não conhecemos nenhuma inciativa nesse sentido, mas vale a pena conversar com um advogado para avaliar a possibilidade.

      Obrigada pela visita!

  14. Adriano da silva disse:

    Meu nome é Adriano da Silva sou pai de um menino autista. Minha bênção. Minha vida. Obrigado Deus por esse presente. Ele recebia um auxílio da empresa que trabalho. Porém com o início da pandemia do corona vírus e o lockdow não consegui pegar o Laudo de Autismo dele de 2020. Porque tenho que provar todo ano para a empresa que ele é Autista. Ele foi diagnosticado em 2006. Cortaram o Auxílio dele em plena pandemia até hoje. Acho um absurdo ter que provar todo ano isso, como se ele fosse deixar de ser autista no ano seguinte.

  15. Nany Lima disse:

    Olá. Descobri a pouco tempo que tenho autismo. Ainda nao fui laudada. Sou concursada e venho sofrendo abusos no trabalho. Indiretas, comparações com outros colegas por conta do rendimento. Já fui reportada para a chefia por conta das minhas dificdades. E venho sendo tratada como um peso no setor. Tem algo que eu possa fazer? Eu tenho direito a readeqúacao após o laudo? Quais os direitos de um autista adulto? Essa situação vem piorando todas as comorbidades que tenho por conta do Tea. Está me deprimindo.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Nany, lamentamos muito que esteja passando por isso. Seria importante você ter assessoria jurídica qualificada, gostaríamos muito de poder ajudar mais, no entanto, não somos da área jurídica =/.Mas te aconselhamos que procure sim apoio nesse sentido, o que estão fazendo contigo é muito errado. Sinta-se abraçada por toda nossa equipe. Estamos torcendo por você.

  16. Mecia mendes disse:

    Sou mãe de Benjamin de 4 anos, atualmente está em tratamento com as terapias ABA.Eu cuido Meu filho sozinha trabalho a 5 anos numa empresa eu posso ser mandada embora Já quer os tratamentos são feitos no convênio empresarial.?

  17. Olivia disse:

    Boa noite .
    Tenho um filho de 29 anos autismo severo,faz terapias em otra cidade ,mais as terapias não são pra adultos.
    Aqui na minha cidade tem caps pra adulto ,posso exigir terapias pra ele aqui no meu município?
    A lei cobre?

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Olivia, como vai/ Gostaríamos de poder ajudar mais, no entanto, não somos especialistas na área jurídica. Seria importante ter orientação de um advogado da área.

  18. Ziran Cardoso Balieiro disse:

    Olá ! Meu filho tem 3 anos , e ainda não conseguimos o diagnóstico dele , pois precisa do laudo dos profissionais atuantes nessa área , a mais de um ano tento conseguir que seja chamado para fazer TO e fono, que são necessários para o laudo , e o tempo estar passando nem sei mais o que fazer !

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Ziran, lamentamos que estejam passando por isso. Alguma novidade desde então? Um abraço corajoso!

  19. Ana disse:

    Tenho um filho de 21 anos TEA , RECENTEMENTE PERDEU SEU PAI PRO COVID ,ERAMOS SEOARADOS MAS ELE OAGAVA PENSÃO ALIMENTICIA ,DEPOIS DA MORRE MESMO CM TODOS OS LAUDOS ESTÃO ALEGANDO Q EKE N TEM DIREITO POIS TEM Q SER AUTISTA E CM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. EU N SEI AINDA SE ISSO É ASSIM MESMO .MAS O AUTISMO EM SI PELO Q SEI JA É CONSIDERADA DEFICIÊNCIA. SE ISSO FOR FATO N SERIA UMA FORMA DE PRECONSEITO? CADA AUTISTA É UNICO E ATE ONDE SEI O AUTISMO N É DE GRAU INSTABILIZADO PODE MELHORAR CM ACOMPANHANENTOS CM PODE PIORAR SEM . SERA Q ESTA AFIRMAÇÃO ESTA CORRETA ?

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Ana, você está correta, o autismo por si só já é considerada deficiência, não há necessidade de ter qualquer comorbidade para que ele tenha direito à pensão. Continue em busca de seus direitos, pois a justificativa que te deram não está correta. Um abraço corajoso nessa jornada!

  20. Larissa Karen Sinkoc disse:

    Boa noite!
    Meu filho foi diagnosticado com autismo no ano passado, no começo da pandemia. Sou funcionária pública e pelo regime adotado de funcionamento eu estava conseguindo levá-lo para as terapias. Vamos retornar as salas de aula com os alunos, fui pedir a redução da carga horária sem prejuízo no salário, que é garantido por lei, me foi dito que tenho q esperar uma resposta do jurídico, fizeram o protocolo de qualquer jeito com informações erradas, e ainda disseram que se eu for levar meu filho até a resposta é para mandar para desconto em folha de pagamento… Enfim… Desespero me define nessa hora

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Larissa, puxa vida, que frustrante! A situação já se resolveu? Volte para nos contar como tem sido os últimos meses.

  21. Ana Paula Cordeiro Correia disse:

    Tenho duas filhas autistas, estou na justiça pedindo as terapias que já é um direito garantido em lei,que fica apenas no papel, sendo assim perdemos as janelas de melhores oportunidades de intervenção e possíveis prejuízos no desenvolvimento da criança, me sinto sozinha e desamparada pela sociedade, justiça, comunidade, pode passar o tempo que passar e ficamos estagnados no mesmo lugar e as vezes retrocedendo nas conquista, muita luta,pouca conquistas.

  22. Viviane Rejane de Jesus disse:

    eu descobri a três meses que meu filho tem autismo ele tem oito anos foi muito deficil pois quando ele era mais pequeno muitos médicos falam que era manha dele

  23. josiane disse:

    Bom dia meu filho chama Luiz Gustavo,ele tem autismo leve,depois de 4 anos consegui uma auxiliar de sala de aula,mas falaram que vão tirar , porque ele não totalmente depende e pode ficar só na sala de aula,mas como se existe a Lei? Estou correndo atrás,O diagnóstico veio com sete anos mesmo desde o 3 anos fazendo todo exame possível,mas vamos a luta sempre pelo nossos filhos.

  24. Lucas disse:

    Tem um trecho repetido no artigo, que está falando da falsa psicóloga presa que enganou pessoas por 8 anos

  25. Tatiana Duque disse:

    Meu filho tem 2 anos e 9 meses é autista e está sem terapia mesmo tendo plano de saúde, após 3 meses de brigas reclamações e ans, hoje eles liberaram a avaliação numa clínica a 20 quilômetros da minha casa, totalmente enviavel pelo custo, pela distância, fizeram de propósito e agora falam que o tratamento é lá se quiser, estou realmente sem chão e sem saber o que fazer, alguém para me orientar?

  26. Suely Simone Andrade disse:

    Boa noite. Sou avó de um garoto de 2 anos passando por avaliações para fechar Laudo de espectro autista. Estamos no início da caminhada, mas já sentimos as dificuldades. Aguardando vaga em uma creche. Fazer exames, passar por diversos terapeutas….etc. Estamos sendo bem assistidos, mas sempre com o aviso: NÃO TEMOS VAGA E PODE DEMORAR PRA CHAMAR. É mto angustiante. Minha filha teve q abandonar por um tempo sua profissão e Hj sem renda nenhuma. Vendeu o carro e custeando todas as despesas da casa. A dizer que ela tem outro filho de 8 anos e é divorciada…. Ñ esta fácil pra ela. Tento ajudar mas sinto quase impotente quando quase tudo é lento. Precisamos de lei mais voltadas pra esta situação tão visivelmente aumentada os casos de autistas . Confio que o poder público possa atuar com mais ligeireza e regras claras. Ñ adianta falar q tem DIREITOS. Precisa fazer que seja cumprido. Mto bom este espaço e informações necessárias. Obrigada

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Suely. A caminhada para a garantia de direitos não é fácil, sabemos que a luta é diária e seguimos acreditando que a sociedade está cada mais preocupada com a causa autista. Obrigada pelo seu relato e continue acompanhando nosso Blog!?

  27. Mislene Oliveira disse:

    Olá sou mãe de um menino 8 anos estou na.luta por.uma vaga numa escola especializada, ele.tem esse direito por lei? Pois não entendi o ensinamento que é passado na escola regular, não é nada diferenciado pra ele. Não é verbal tbm tantas coisas ah que cansativo essa luta pra conseguir essa vaga.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Mislene, como vai?

      Essa é uma pergunta sem uma resposta clara ainda =/ Todos os autistas tem direito à escola, mas não necessariamente uma especializada, pois com a questão da inclusão, uma vaga na escola regular + um acompanhante, em teoria, já seria o suficiente. E aqui, colocamos em teoria, pq sabemos que para os autistas severos, nem sempre o modelo de inclusão atual realmente vai atender às necessidades do aluno. É muito complicado =/

  28. Edi carlos disse:

    meu filho tem 5 anos, desde 2 e meio levo para terapias (fono, t.o e psico metodo ABA) que fica 155km (ida e volta) (tempo de viagem total 2h e 30min) de minha casa 4 vezes por semana (12 terapias p/ semana). Agora com essa alta de preços de combustível fica quase impossível de se manter e ainda pago plano de saúde (unimed). Aqui no município onde morro no começo consegui 1 terapia de psico (30min) por semana e cada 15 dias uma de T.O e estava na lista de espera …me obriguei assinar um plano de saúde. Nesses 2 anos e meio de terapia pelo plano de saúde apresentou uma melhora significativa. Gostaria de saber se tem como exigir (obrigar) o município arcar com o transporte ate as terapias!!!

    • Autismo em Dia disse:

      Olá Edi, como vai? Puxa vida, a jornada é realmente longa e deve ser bastante custosa e exaustiva. Veja, só um advogado especialista poderia te orientar adequadamente em relação a isso. Hoje, não temos ninguém na equipe que poderia responder especificamente sua pergunta, mas indicamos que busque apoio jurídico nesse sentido. Ficamos contentes em saber que as terapias estão ajudando 🙂

      Um abraço!

  29. Maria Rosangela disse:

    Crianças com três anos ficam na creche de 7 h às 5 da tarde isso é normal?
    Sabendo que a criança autista tem seu limite

    • Taline Masi disse:

      Olá, Maria! Apenas o médico especialista que faz o acompanhamento da criança pode avaliar se o tempo que ela passa na escola é adequado ou pode estar sobrecarregando a criança de alguma forma.
      Obrigado pelo comentário!

  30. Kátia Verona disse:

    Oi. Sou do Rio grande do Sul e tenho um filho autista de nascimento com diagnóstico aos quatro anos. Hoje tem 30 anos. Muito difícil, dor e sofrimento dele e nosso.
    Medicação que o governo atende qdo quer…descaso quase total….ainda hoje..
    Apoio ou preconceito?

  31. Cristine Alves de Oliveira disse:

    Oi !! Sou mãe de um autista maravilhoso !! Em agosto de 2021 ele foi maltratado na escola ( pelos profissionais?) foi afastado da escola pelo psiquiatra para observação ..pois abalou muito meu filho .foi afastado da terapia ocupacional e da fono, não conseguia entrar mais .traumatizado .hj ele se encontra no quadro de depressão , aumentou as doses dos remédios dele , antes do ocorrido ele estava muito bem . evolução muito acima da média . mais infelizmente hj ele regrediu muito . medo pânico fobia faz parte do dia dele . ele amava ir na escola . hj nao quer nem brincar de escolinha em casa .

    • Autismo em Dia disse:

      Oi, Cristiane! Sentimos muito que ele tenha passado por isso e pelas consequências que esse trauma trouxe. Sabemos que não é fácil, mas continue levando ele nos especialistas e fazendo todos os tratamentos indicados. Dessa forma, vocês vão aprendendo juntos a lidar com as adversidades.
      Um Abraço!

  32. Crislene disse:

    Oi!
    Atualmente meus 3 filhos foram diagnosticados com TEA e ainda nem sei o grau, estão em avaliação, uma tem13anos , outra de 6anos e uma rapazinho de 1ano e 4 meses, estou totalmente perdida e não sei por onde começar, a de 6 anos já foi encaminhada pra TO, sessões regulares com psicólogo, e etc. Na minha cidade não tem TO e tá difícil encontrar um profissional e mais difícil ainda pagar pois não tenho convênio e não trabalho, somente meu esposo trabalha pq todos são muito dependentes.
    Me ajudem, por onde eu começo e qual o percurso ?

    • Autismo em Dia disse:

      Olá! Indicamos procurar encaminhamento e orientações na Unidade de Saúde ou CRAS mais próximo. Em muitas localidades o tratamento pelo SUS pode ter demoradas filas, então procure também por tratamentos em clinicas e universidades que ofereçam atendimentos gratuitos ou por valores sociais. Estamos torcendo para que dê tudo certo. 💙

  33. Merieny Celarios disse:

    Olá boa tarde!!
    Tenho uma filha de 4 anos que foi diagnosticada com autismo, médico do sus deu o diagnóstico e laudo, junto ao laudo está o pedido das terapias que dei entrada pelo sus, isso já tem 5 meses e não obtive nem um retorno apenas quando eu fui até à unidade de saúde e eles me enfornaram que ainda tem 80 crianças na frente da minha filha, gostaria de saber quanto tempo o sus tem por lei a chamar minha filha para as terapias??

    • Autismo em Dia disse:

      Entendo sua preocupação e a espera pode ser angustiante. Infelizmente, o tempo de espera no SUS pode variar bastante, e não há um prazo específico garantido por lei. Continue acompanhando na unidade de saúde e, se possível, considere buscar apoio jurídico ou defensorias públicas para garantir os direitos da sua filha. Força nessa jornada! 💙

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