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Postado por Autismo em Dia em 24/jan/2024 - 10 Comentários
Algumas pessoas, quando falam de autismo, costumam relacionar com a questão da fala. Isto porque, já explicamos algumas vezes por aqui, um dos primeiros sinais que chama atenção dos pais é quando a criança apresenta atraso para começar a falar. Logo, pode ser que os pais também relacionem isso com o espectro autista e comecem a procurar ajuda especializada.
Porém, também é comum acontecer de os pais ouvirem que cada criança fala no seu tempo e, com isso, acabam deixando de procurar uma explicação, podendo atrasar o diagnóstico de autismo.
A seguir, vamos te explicar como é, de fato, a relação entre autismo e fala.
Índice
Não é sempre que ausência de fala indica autismo. Muitas crianças podem, inclusive, iniciar um ritmo de fala normal e começarem a enfrentar desafios de linguagem posteriormente. Além de considerar o atraso da fala como um indicador, devemos considerar questões relacionadas à dificuldade com expressões faciais e também na utilização de gestos, que tem mais a ver com a comunicação em si.
O uso repetitivo de sons ou uso de palavras soltas podem ser indicadores que complementam a avaliação relacionada à forma da pessoa de se comunicar.
Mais importante do que ficar atentos aos sinais de fala, é importante perceber se há a presença de intenção comunicativa, a vontade de comunicar algo além da fala, por meio de gestos, olhares ou movimentos. Então, a criança que está no espectro apresenta falha nessa intenção comunicativa.
Geralmente, crianças começam a falar por volta de 1 ano , emitindo os primeiros sons. Mas existem outros aspectos importantes que devem ser observados além da emissão de sons e formação de palavras. Para qualquer suspeita na relação entre fala e autismo, recomendamos que busque um profissional da fonoaudiologia para uma avaliação correta. Quanto antes iniciarem as intervenções, mais chances existem de a criança desenvolver uma comunicação funcional.
Existem pelo menos 5 sinais na fala que são, sem dúvida, indicadores de autismo. Uns podem estar mais relacionados à forma que a pessoa recebe algo que está sendo comunicado, outros estão mais relacionados ao jeito como a pessoa interage com o meio, ou seja, que responde ao que está sendo apresentado em seu entorno. ¹
No entanto, considere a lista abaixo como indicadores que, em caso de autismo, serão somados a outros sinais. Quando qualquer um deles ocorre de forma isolada, provavelmente não é autismo.
A ausência ou pouca atenção quando é chamado pelo nome, é um dos primeiros sinais que pode fazer ficarmos atentos.
Se, como outras, a criança não tem o hábito de apontar para os objetos, isso é um sinal que aponta a possibilidade de a criança estar no espectro.
Muitas crianças apresentam um desenvolvimento mais lento no desenvolvimento da linguagem. E, em todos os casos, será necessária a avaliação médica. No entanto, é importante lembrar que existe a possibilidade de o atraso ocorrer em um período razoável, mas também existem atrasos que ultrapassam a normalidade.
Ecolalia é quando a criança repete frases que escuta sem, no entanto, entender e aplicar um significado. Elas apenas reproduzem o que ouvem em desenhos, ou repetem letras de músicas e até falas de pessoas mais próximas. Não é porque são frases prontas que elas são funcionais.
Pode ser que a criança utilize palavras descontextualizadas, apresentando um conteúdo solto e sem sentido. Isso acontece porque a criança tem dificuldade de interação e na tentativa de se comunicar acabam utilizando palavras que escutam e fazem sentido para si. E é diferente da ecolalia, já que aqui a criança forma a própria sequência de palavras.
Boa parte dos autistas apresenta déficit na comunicação social, algo que pode contribuir com o atraso da fala, pois se ela não se comunica com o meio de forma funcional, logo isso afetará sua oralidade.
Já na apraxia da fala, a criança sabe o que deseja comunicar, mas não consegue fazer os movimentos para emitir os sons e formar palavras.
Este estudo internacional afirma que 63,6% das crianças autistas acabam recebendo diagnóstico de apraxia. Por outro lado, 36,8% das crianças que primeiro são diagnosticadas com apraxia, mais tarde também são diagnosticadas com TEA.²
Ambos são transtornos do neurodesenvolvimento, mas embora eles sejam distintos, um dos sintomas em comum está diretamente ligado à comunicação.²
A primeira e mais recomendada intervenção é buscar um(a) profissional da fonoaudiologia. No entanto, você pode se beneficiar das seguintes práticas:
A criança tem maior atividade neurológica entre 1 ano e 6 meses e 2 anos e 6 meses. Se a intervenção começar nessa fase, de fato, as chances de a criança falar são muito maiores do que se começar mais tarde. No entanto, os resultados não são padronizados. Ainda que duas crianças passem pelo mesmo modelo de intervenção, nem sempre o ritmo de evolução será igual.
A fala é uma das etapas da comunicação, mas antes de ela acontecer é importante que se trabalhe questões relacionadas ao contato visual, a atenção compartilhada com objetos e pessoas, intenção comunicativa, imitação e o brincar simbólico, ou seja, como a criança dá significado às coisas através do brincar.
Caso você não consiga começar a intervenção profissional no momento mais adequado, você pode seguir algumas dicas que também estão presentes no nosso material de apoio.
Sem dúvida, todo pai, mãe e cuidadores desejam que seus filhos se tornem mais independentes. E essa independência aumenta à medida que se desenvolve a comunicação, seja ela verbal ou não verbal. Sabemos que não é nada fácil lidar com momentos de espera, intervenções e desenvolvimento de habilidades, mas é importante entendermos que existe um caminho a ser trilhado e com ajuda pode ser muito mais fácil.
Esperamos que você tenha gostado do conteúdo e que, se necessário, possa ter o auxílio de um profissional. Siga o Autismo em Dia nas redes sociais para acompanhar todos os assuntos que compartilhamos por lá sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Aproveite que está por aqui e continue navegando pelo nosso blog.
Até a próxima!
Referências:
1- Abamais – acesso 04/07/2023
2- DrauzioVarella – acesso em 04/07/2023
3- Educamaisbrasil – acesso em 04/07/2023
4- Scielo – acesso em 15/08/2023
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Olá!
Gostei da apresentação do texto! Muito importante as colocações. Estou procurando literaturas que me auxiliem na construção do meu TCC sobre Tecnologia Assistida.
Sueli
💙
gostei continua. ajudando que Deus abencoe quem pode ajudar.um abraco a todos.
💙
minha filha tem 2 anos aponta pra tudo… começou a falar algumas palavras mas não associa as coisas olha nos olhos responde a chamado ela não está em creche por conta de uma cirurgia de craniostenose ela fica com o pai o dia todo e recebe pouco estímulo…ela reconhece os comandos por exemplo pergunto onde é o pé a cabeça a boca ela sabe ela imita faz de conta que está ligando me imita varrer a casa pega vassoura e vai varrer a casa ela pega o perfume e tenta passar nela o contente ela sabe que é pro ouvido…a única preocupação é com a fala ela me chama de papai de bebê troca os sentidos das palavras… por favor estou muito preocupada
Olá, Francisca. Imaginamos o quão desafiante está esse momento. A busca por uma ajuda especializada pode ser a saída para esse momento. Boa sorte em sua caminhada!
tenho um netinho de 5 anos, não fala uma palavra, tenho minhas dúvidas se ele vai conseguir
Olá, Claudinei. Deve ser difícil esperar esse desenvolvimento da fala, porém, caso ele permaneça não verbal, vocês podem aprender outras formas de comunicação com seu netinho. Sabemos que não é fácil, a ajuda de uma fonoaudióloga nesse momento é essencial. Um forte abraço e obrigada por comentar por aqui 💙
boa noite minha netinha de 3 aninhos fala mas não pronuncia as palavras corretas só papai mamãe vovó vovô fala enrolado as outras coisas ,mas ela sabe os números cores brinca pula interage com brinquedos bonecas , fogão e todos brinquedos dança canta mas estamos preocupados os Pais principalmente seria normal isso dela não conseguir falar corretamente está atrasada mas pode não ser nada de mais .por favor me responde.
Olá, Sueli. É ótimo que sua netinha interaja, brinque e se expresse de várias formas! Aos 3 anos, ainda é comum que algumas crianças pronunciem certas palavras de forma ‘enrolada’. No entanto, se a preocupação dos pais continuar, uma avaliação com um fonoaudiólogo pode ajudar a esclarecer e dar orientações. O mais importante é seguir incentivando e brincando com ela. 💙