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Postado por Autismo em Dia em 01/dez/2022 - 7 Comentários
As férias escolares estão aí, e com elas as mudanças de rotina que podem ser tão desafiadoras para um autista. E se ficar em casa já pode ser uma forma de quebrar a rotina, viajar é certamente ainda mais impactante.
É claro que não existe uma forma mágica para evitar possíveis crises, mas é possível tomar diversos cuidados para evitá-las, ou ainda para enfrentá-las de uma forma mais efetiva.
No decorrer do texto vamos abordar diversas situações e esperamos ajudar as famílias a viajarem mais preparadas e a passarem mais tempo de qualidade com as crianças e adolescentes autistas. Continue a leitura!
Índice
Uma coisa muito frustrante para muitos autistas é a falta de previsibilidade. Isso pode deixá-los irritados e tornar a experiência de viajar desagradável para eles. Procure oferecer o máximo de informações possíveis sobre as etapas da viagem, por exemplo:
A ideia de passar um tempo em um novo ambiente pode ser intimidante para todos, especialmente para um autista. Permitir que seu filho sinta que está no controle é uma maneira de aliviar essa ansiedade.
Uma sugestão é que eles façam suas próprias malas, ou pelo menos ajudem nesse processo, por exemplo. Eles podem levar algumas de suas coisas favoritas, como brinquedos ou cobertores que tenham apego, livros, tablets (ou outros dispositivos) e lanches para a viagem.
Esta etapa fornece ao seu filho algo para se sentir responsável e permite que ele escolha quais itens de conforto levar para essa nova experiência. Esses itens familiares serão úteis para reduzir o estresse e o tédio durante os tempos de espera comuns nas viagens. 1
Ruídos desconhecidos durante a viagem podem ser problemáticos, mas levar tampões para os ouvidos, fones de ouvido com cancelamento de ruído ou tocadores de música podem ajudar. Se seu filho tiver dificuldade em lidar com multidões ou ficar na fila, pergunte ao atendente do portão se vocês podem embarcar mais cedo para se acomodar rapidamente ou planeje embarcar por último, para que você gaste menos tempo esperando antes de partir. Além disso, para viagens de avião e ônibus, você pode tentar obter assentos na frente, onde seu filho pode não ter tanta visão do local lotado quanto teria no fundo, diminuindo a ansiedade. 1
Para uma criança que se acalma assistindo à TV, escolher um quarto sem o recurso pode ser uma péssima ideia. Por isso, sempre preste atenção aos detalhes para não acabar escolhendo um local pouco favorável.
Ao se hospedar em um hotel, é uma boa ideia ligar antes e pedir um quarto silencioso (como nos cantos) e solicitar um quarto com geladeira caso seu filho siga uma dieta específica. Você também pode explicar as necessidades específicas de seu filho antes da chegada para ver se há alguma acomodação adicional que o hotel possa oferecer. Isso também lhe dará a oportunidade de discutir as precauções de segurança, como alarmes de porta e acesso à piscinas ou à rua. 1
Viagens são um momento para relaxar, por isso, divida as responsabilidades de cuidador com outros membros da família. Isso pode reduzir o estresse e a ansiedade dos pais, e a ajuda dos outros membros da família é importante para que todos possam curtir sem preocupações em determinados momentos.
Ter uma pessoa por vez para supervisionar individualmente e alternar essa responsabilidade durante a viagem ajudará a manter seu filho seguro e lhe dará tranquilidade. Esse tipo de trabalho em equipe permitirá que todos sigam sem problemas durante toda a viagem e ajudem a diminuir o estresse entre si. 1
É sempre bom reforçar o bom comportamento da criança. Isso pode ser feito com a simples recompensa de um elogio, um adesivo, um brinquedinho ou qualquer outra coisa que agrade o seu filho.
Você pode até considerar que seu filho ganhe uma recompensa especial no final de uma viagem, voo ou cruzeiro bem-sucedido. Lembre-se de tentar observar os momentos em que a criança está se esforçando e reforce-os com uma recompensa. Esses comportamentos positivos podem incluir sentar com o cinto de segurança, ler em silêncio ou atender a um pedido. 1
Embora muitos autistas usem sempre o banheiro de forma ideal, para alguns pode ser difícil. Em alguns casos, podem ocorrer eventuais acidentes, especialmente com a mudança de rotina que causa estresse e pode ainda causar uma espécie de “trava” na hora de ir ao banheiro.
Não é difícil imaginar, por exemplo, que uma criança que só usa o banheiro da escola e de casa não se sinta confortável em um banheiro diferente e acabe se segurando. E isso é um problema não só por poder levar a um incidente de acabar fazendo nas calças, mas também porque segurar a vontade de ir ao banheiro por muito tempo pode até facilitar infecções urinárias, por exemplo.
Mas como evitar isso? Bem, é preciso começar antes da viagem. Ao se preparar para as férias, incentive seu filho a usar diferentes banheiros públicos. Isso pode ser feito durante os passeios do dia a dia, como ir ao shopping, supermercado, etc. Incentive-o a beber água ou outra bebida saudável antes ou durante essas “viagens de prática” para aumentar a probabilidade de precisar usar um banheiro público. Ensine sobre os comportamentos de higiene esperados para esse tipo de ambiente. 2
Seja generoso com o reforço positivo imediatamente após seu filho usar o banheiro fora de casa e da escola. Complemente seu elogio com uma guloseima ou atividade favorita. É uma maneira poderosa de ensinar um novo comportamento.
Você pode gradualmente diminuir essas recompensas à medida que seu filho se torna mais apto a usar o banheiro em novos locais. Continue usando elogios para manter o comportamento. 2
Nas férias – ou em outras mudanças na rotina habitual – reserve um tempo especial para ir ao banheiro. Por exemplo:
Quando se trata de usar banheiros públicos, é importante considerar que pode haver algo estressante nesse ambiente. Na verdade, muitas crianças com autismo têm ansiedade sobre aspectos específicos de banheiros públicos. O ruído inesperado de um secador de mãos à jatos de ar, por exemplo.
Se você sentir que seu filho tem apreensões como essas, ofereça suporte, como tampões para os ouvidos ou um aviso sobre o que esperar. Além disso, um psicólogo ou terapeuta ocupacional pode trabalhar com você e seu filho para identificar e abordar essas fontes de ansiedade.
Quando apesar de seus melhores esforços, seu filho tiver um acidente, reaja com o mínimo de alarde e conversa possível. Incentive uma troca rápida de roupas em um tom prático, com um breve lembrete de suas expectativas daqui para frente. Mas tente não focar no acidente. Mantenha sua atenção em celebrar e elogiar os sucessos. 2
Existem diversas questões que podem deixar os pais, cuidadores e os próprios autistas preocupados quanto a viajar. Esperamos que as dicas que trouxemos hoje possam ter ajudado a diminuir esses receios e a aumentar o encorajamento para proporcionar momentos prazerosos para todos durante as férias.
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Muito obrigado pela leitura e até a próxima.
Referências e datas de acesso:
1- Autism Speaks – Acesso em 23/11/2022.
2- Autism Speaks – Acesso em 23/11/2022.
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Muito bom…excelente texto
💙
o meu neto professor dele já pediu uma avaliação porque suspeita que ele é autismo o que é que eu faço qual o telefone que eu entro em contato para mim me informar melhor eu moro em Marabá Pará
Olá, Raimundo. O caminho é buscar um neuropediatra em sua cidade para fazer uma avaliação. Boa sorte em sua caminhada, um abraço!
Ola, Sra. Raimunda.
Você pode levar ele no neuropediatra ou psiquiatra essas duas especialidades tratam de autista, meu filho faz acompanhamento com neuro. Se na sua cidade ele faz acompanhamento com o pediatra, você pode solicitar um encaminhamento do pediatra pois ele já começa a análise também, quando minhas suspeitas começaram com o meu filho, conversei com a pediatra e ela me encaminhou para o neuro e com o encaminhamento ela já me deu uma ficha de teste que já podia dar indícios, tanto que através desta ficha quando cheguei no neuro já foi encaminhado para os exames, aí foi um processo de mais ou menos 6 meses para eu ter o positivo para autismo, e começamos a fazer tudo que é necessário, entre terapias e acompanhamentos e meu bebê tem 3 anos, e estamos a cada dia vencendo nossas expectativas e obstáculos.
Boa sorte, que de tudo certo para vocês.
abraços.
Obrigada pela dica do site.
Deus abençoe
Oi, Danielle. Que bom que gostou, boas férias!