Categorias
Posts Recentes
Postado por Autismo em Dia em 16/dez/2021 - 60 Comentários
No dia a dia, é normal que cada um de nós passe por momentos de algum estresse. Porém, por conta de problemas com ansiedade e estímulos sensoriais, os autistas acabam vivendo níveis maiores de estresse. No caso de quem está no espectro do autismo, esses momentos hiper estressantes podem levá-los ao ponto da crise, ou seja, meltdown e shutdown. ¹
Se esses termos ainda são estranhos para você, deixa que a gente explica. Em resumo, o meltdown é quando a crise acontece para fora. Ou seja, é uma crise explosiva, facilmente reconhecível, com sinais claros de que o autista está incomodado. Meltdown é um colapso. No entanto, a crise também pode acontecer para dentro, silenciosa: o shutdown. Nesses casos, há um “desligamento” temporário. ¹
Cada autista vai ter reações diferentes, dependendo, claro, da situação. A seguir, vamos te explicar melhor o que é o Meltdown e o Shutdown.
Índice
Os colapsos são, frequentemente, resultado de momentos e situações que enviam muitos estímulos a um autista. Além disso, esses estímulos podem criar níveis ainda maiores de ansiedade. A sensação de quem vive um meltdown é, justamente, de que é impossível escapar da sensação. Por isso, os autistas têm suas próprias formas de lutar contra isso, com reações diversas. ²
É muito comum, no entanto, que os colapsos aconteçam com acessos de raiva ou ataques de pânico bastante agressivos. E quando dizemos “raiva”, não é que esse momento deve ser entendido como birra, desobediência ou algo parecido. É apenas uma resposta do corpo, uma reação aos estímulos ruins. ²
Muitos pais, por exemplo, ainda que não conheçam o termo “meltdown”, já estão acostumados a criar um ambiente que minimize os riscos. Afinal, num momento como esse, o autista pode se expor e expor as pessoas em volta a alguns perigos. ²
Se uma pessoa tem, por exemplo, sensibilidade ao som de uma panela de pressão, provavelmente os pais desse autista vão evitar usá-la ou fazer isso quando a criança não estiver por perto. A lista, porém, é enorme: podem ser sons, luzes, cores, texturas ou uma mistura de tudo isso.
Se o meltdown é uma resposta, digamos assim, de guerra e defesa, o shutdown no autismo é justamente o contrário. Um “apagão”, um “desligamento”, de fato. ²
O shutdown é como um computador tentando ligar, porém, sem a energia suficiente para fazer isso. O comportamento do autista passa a ser vazio, apresentando capacidade limitada ou nula de comunicação. Quando conseguem, enfim, colocar algumas palavras para fora, as frases podem sair sem sentido. ²
Todavia, os colapsos podem, também, anteceder os desligamentos. Ou seja, o meltdown se transformando em shutdown. Quando acontece a situação estressante, o autista pode começar com demonstrações clara de estresse e depois sair de cena para “congelar”. ¹
Porém, é importante lembrar que, ainda que o autista interrompa o acesso de fúria para dar lugar ao desligamento, nem sempre quer dizer que os níveis de estresse diminuíram. Mas pode ser, assim, o início da recuperação. ¹
Muitas vezes, ao tentar ajudar no momento mais crítico, é compreensível que as pessoas em volta tentem diminuir o impacto do que foi o motivo da crise. No entanto, como veremos a seguir, pode ser que tenham existido ainda mais gatilhos.
Como dissemos anteriormente, tanto o meltdown como o shutdown no autismo acontecem em situações em que o estresse está altíssimo. É quando não existem mais meios práticos de o autista lidar com o que está acontecendo.
E nem sempre é algo rápido. O colapso e o desligamento podem ser resultados de um acúmulo de eventos estressantes. Muitas vezes, é algo que demora horas, dias e até semanas para acontecer. ¹
Para o autista, que já tem que lidar com uma carga natural de estresse e ansiedade, quase não sobra espaço para que o cérebro lide com problemas adicionais. Por isso, ainda que o shutdown e o meltdown não sejam algo exclusivo de quem está no TEA, eles podem chegar lá de forma bem mais rápida que qualquer outra pessoa. ²
Apesar de serem bem diferentes, ambos são crises e precisam de suportes. Em seguida listamos algumas dicas de como você pode ajudar considerando as características de cada situação.
Uma das coisas mais importantes durante o suporte numa situação de meltdown é, sem dúvida, conhecer em detalhes a pessoa que está em crise. Como dissemos, a crise do meltdown pode acontecer de formas bem diferentes e não existe uma forma padronizada. Por isso, também não existe uma fórmula pronta para ajudar num momento de crise. ¹
Outra coisa importante é verificar se existe o risco de o autista se ferir ou ferir alguém. Tire de perto qualquer objeto que pode ser uma ameaça. Mas se isso não for possível, o ideal é, de fato, tirar a pessoa em crise do local. Às vezes, se a ocasião não oferecer absolutamente nenhum perigo, pode ser que deixar o autista passar pelo momento sem interferência seja o melhor. ¹
Durante as crises, mantenha a calma e não faça perguntas demais. Também não deve adiantar muito dizer para a pessoa ficar calma. Em vez disso, dê orientações claras do que ele precisa fazer. Vá guiando com firmeza a criança para um relaxamento. ¹
Aproveite para lembrá-la de que existem coisas que a criança gosta no local. Use isso para tentar distrair a criança usando as coisas que ela costuma gostar. ¹
Durante um shutdown, algumas coisas não diferem das dicas para um meltdown. Ou seja, o essencial é ser alguém que conheça a situação do autista, seus hábitos, suas dificuldades, comorbidades, entre outras coisas. ¹
Em geral, um shutdown não carrega nenhum perigo para as pessoas ao redor. No entanto, pode ser perigoso para a criança. Algumas, por exemplo, chegam a parar de respirar, se recusam a comer ou mesmo sair do lugar. Imagine o perigo se você está andando na rua e, do nada, a criança resolve deitar no asfalto. Pode parecer algo de fácil solução, mas dependendo do tamanho da criança e do adulto mais próximo, pode ser algo difícil de resolver. ¹
Se não existe nenhum perigo, fique observando a criança enquanto dá um tempo para ela se recuperar. Tente chamar atenção com coisas que possam interessá-la e fazê-la se reconectar com a vida real. ¹
Algo que também pode funcionar, dependendo de cada pessoa, é perguntar a ela (em momentos de normalidade) se existe algo que ela gostaria que fosse feito em momentos assim. Alguns autistas podem, então, gostar do efeito de uma palavra baixa, de uma música específica ou de uma mão no ombro. Ou seja, para cada pessoa há uma solução diferente. ¹
LEIA TAMBÉM: Autismo: enfrentando uma crise de desregulação
Meltdown e shutdown são coisas que podem acontecer com autistas de todas as idades – lembre-se que o autismo não acaba quando a criança cresce! Porém, se for uma criança mais velha ou alguém com mais idade, quando a crise passar, tente conversar com ela sobre o que aconteceu.
É muito importante saber o que, de fato, causou aquilo. É bem provável que você ouça, de primeira, a resposta mais óbvia, sobre o gatilho final. No entanto, é preciso ir mais fundo para entender se houve ou não acúmulo de estímulos. Você também pode aproveitar o momento para descobrir se eles sabem definir o que pode ajudá-los em casos de crise. Afinal, isso pode voltar a acontecer dali um tempo.
Com o tempo, você vai começar a entender melhor, também, como diminuir riscos de acidentes, ferimentos e coisas piores. Se a criança, por exemplo, fica mordendo a própria mão, talvez ela precise de luvas para casos assim.
Porém, alguns autistas têm déficits maiores e comunicação limitada. Com elas pode ser um pouco mais difícil, mas não impossível. Você precisa dar ao autista todas as oportunidades possíveis para comunicar as necessidades. Algumas vão usar fotos, outras sinais, outras vão preferir usar eletrônicos, desenhos… enfim, cada uma de um jeito.
E não podemos ignorar que, de fato, uma crise assim pode causar uma série de situações problemáticas entre você, o autista e as pessoas ao redor. Com certa frequência nós ouvimos relatos de pais de como é difícil para os vizinhos entenderem os gritos, como é constrangedor se você está em um lugar público ou na casa de outra pessoa… e por aí vai.
Apesar de não ser obrigação dos pais fazer as outras pessoas compreenderem, casos assim são uma boa oportunidade para iniciar uma conversa franca com os demais envolvidos. Todos precisam entender dois pontos principais, primeiro: isso pode acontecer há qualquer momento. Segundo: de alguma forma, todos podem contribuir para diminuir estímulos que levem às crises.
Gostou de saber um pouco mais sobre meltdown e shutdown no contexto do autismo? Que tal compartilhar com mais gente e fazer a rede de conhecimento crescer na comunidade? Aqui no Autismo em Dia todos os nossos artigo são revisados por especialistas e feitos pensando em você e em todos que podem precisar de informações.
Além do blog, tem muito mais nas nossas redes sociais Facebook, Instagram e YouTube. Adoraríamos te ver por lá!
Até a próxima!
Referências bibliográficas e a data de acesso:
1. Autism West Midlands – 21/11/2021
2. Ambitious About Autism – 21/11/2021
“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”
Maravilhoso artigo, grata pelas valiosas dicas, tenho filhos autistas e só Deus sabe como a luta é grande, porém, seguimos em frente com mto amor e resiliencia. Mil vzs obga!!
Muito bom, esclarecedor, uma leitura fácil de entender!
Esclarecimento ótimo á respeito e diferenciação do que é “MELTDOWN e SHUTDOWN”. Porque trabalho em uma escola fica mais fácil saber lhe dar com as crianças nos momentos de crises.
Sou uma pessoa autista, suporte 1, tenho 28 anos e estou em uma crise de meltdown desde às 20 da noite de sexta e sem dormir até agora às 6:50. Tenho uma esposa muito compreensiva e ela sempre me ajuda entender o porquê da crise, consequentemente ela entende que eu terei um shutdown durante o dia e estarei mais funcional no final da tarde. Esse seu texto é excelente, pois aborda os indivíduos autistas de todas as idades. Papais e mamães aqui presente, saibam que com o apoio necessário e uma rede do bem a sua criança será uma pessoa adulta assim como várias outras. Eu sou prof de inglês, trabalho, tenho uma vida social dentro das minhas limitações, mas vivo plenamente com amor e suporte. Sejam luz para suas crianças <3
Olá Angie, como você está atualmente?
Muito obrigada por seu relato, certamente vai encorajar muitas famílias que nos lêem! Um abraço de toda equipe do Autismo em Dia.
Muito obrigada pelo material, muito esclarecedor!
Informação super mega ultra importante! Não tem como falar de inclusão sem que as pessoas saibam sobre meltdown e shutdown!
É verdade, Luciana. Bem colocado, obrigada por comentar! Abraço
?
Olá! E possível que criança autista com meltdoun, tem as crises a penas na escola?
Meu filho tem estes momentos explosivos na escola, bate, grita e logo depois que percebi o que fez chora e pede desculpas.
Normalmente ele entra nesta crise quando recebe um não.
Achei que este artigo descreveu o comportamento dele. Então como fazer pra se certificar que se trata de meldown?
Olá, Silei. Obrigada por comentar por aqui, é importante ir entendendo essa questão dele só ter essa situação de meltdown em um contexto específico, acredito que isso pode ser avaliado mais a fundo por um profissional psicólogo comportamental especialista em TEA, pra compreender melhor o que acontece com seu filho. Estamos por aqui, um abraço!
?
Tenho 43 anos e diagnosticado de Asperger a mais de dez anos, sempre tive muitos casos de meldown. Minha esposa não é compreensiva e ainda contraria o diagnóstico e diz ser apenas grosseria. Atualmente sou do lar e cuido da casa e das crianças. As reclamações e críticas insistentes dela são meu gatilho, tento ser compreensivo quanto às angústias dela, mas geralmente explodo, grito, xingo e me exalto sem controle. Na sequência me dá um desânimo e pensamentos suicidas. Já tive ajuda e me mediquei, depois de um tempo volta a acontecer. Geralmente no período pré menstrual dela, não sei mais como agir ou reagir. Desculpem o desabafo, mas precisava externalizar.
Olá, Hudsaw. Obrigada por dividir com a gente um pouco da sua história. Sinto muito pelos desentendimentos, mas o importante é se conhecer e achar formas de lidar com momentos mais desafiantes do dia a dia. Você comentou que já teve ajuda, seria muito importante continuar tendo um profissional especializado em TEA para te apoiar, pode ser um psicólogo comportamental. Continue acompanhando a gente e que corra tudo bem por aí, um abraço corajoso!
?
Bom dia! Grata pelas informações. Foram importantes para melhor compreender alguns comportamentos da minha filha.
💙
Gostei muito do texto! Sou autista e tenho 28 anos. Comigo, shutdowns são bem raros, mas meltdowns costumam ser frequentes. Eram muito comuns na época em que eu trabalhava fora, e muitas vezes em decorrência de gatilhos cumulativos. Era frequente eu chegar em casa e, por causa de uma coisa pequena, a crise explodir. Também já tive muitos meltdowns por quebra de rotina e planejamento, especialmente quando me pediam para fazer hora extra de última hora, me obrigando a deixar de lado outras atividades mais importantes já planejadas. O que sempre me ajudou nessas horas foi realizar atividades que me tirem do momento presente, como ler um livro de ficção ou assistir a algum canal de entretenimento do youtube (mas com fones de ouvido, para maior imersão; assistir a um filme na TV, sem os fones, não ajuda muito).
O SHUTDOWN pode ser confundido com o tipo de epilepsia “Crise de Ausência”?
Meu filho, ainda em avaliação no diagnóstico de TEA, tem várias “crises” em que fica imóvel e com olhar vago, nem respondendo à passagem das mãos ou estalo de dedos perto dele.
Já insisti em crise de ausência, mas agora que tive o conhecimento sobre o SHUTDOWN.
Vocês conseguem me responder ou indicar o profissional correto para verificar?
Desde já agradeço e elogio o artigo.
Olá, Solange! As condições podem parecer similares na teoria, e é muito importante que seja identificado qual o problema que causa a crise, já que uma crise de ausência precisa ser tratada com medicamentos.
Apenas um neurologista pode fazer o diagnóstico diferencial. Existem exames que identificam a epilepsia, então, orientamos que busque atendimento o mais rápido possível e que siga o tratamento conforme orientado pelo médico.
Vale citar que a epilepsia é uma das comorbidades mais comuns do autismo, então, é necessário investigar.
Obrigado por seu comentário. Um abraço!
Ola boa tarde!meu filho tem 3 anos e meio e comecou a fazer as terapias ABA há pouco tempo,e percebemos que após iniciar as terapias ele tem estado extremamente estressado,agressivo e hiperativo!tem alguma relação a excesso de estímulos?se não o que poderia ser?
Olá, Fernanda! É bem importante informar os terapeutas sobre todas as mudanças de comportamento. Também é indicado passar essa informações para o neuropediatra. Dessa forma, vocês podem entender melhor as razões para isso estar acontecendo e procurar formas de melhorar o problema.
Um abraço!
Olá me chamo Cristiane,minha filha de 2anos e 10meses acaba de ser diagnósticada com autismo,um grau bem leve. Agora vivo pesquisando e tentando entender mais sobre tudo em volta do TEA.
Já imaginávamos q nossa filha teria algum grau de autismo,mais confesso q ainda estou impactada com o diagnóstico, mais feliz por não ser algo mais sério.
Ótimo texto, parabéns pelas explicações!
Olá, Cristiane! Obrigado por deixar seu comentário. Desejamos tudo de melhor para você e sua filha. 💙
Olá. Eu gostaria de saber se o Meltdown pode surgir de forma sutil externamente, com gestos como tampar os olhos, suspirar ou algo do tipo. Estou passando por uma avaliação com uma neuropsicóloga e ela mencionou o meltdown.
Olá, Mônica. As crises de meltdown se caracterizam mais pela elevação da irritabilidade e dificuldade em controlar os impulsos. No entanto, é possível ficar desregulado sem necessariamente ter uma crise mais expressiva. Nem todo autista terá Meltdown e Shutdown.
Obrigado por deixar seu comentário.
ola , texto esclarecedor, estou com shutdown sou autista tenho 26 anos, nível 1 , tô deitada na cama , me sentindo anestesiada , com a sensação de desligamento de tudo e de todos . estou com a minha espresso facial triste , não consigo comer com apetite, estou em repouso, passo o dia assim e quando chega no horário da tarde melhoro .
Eu tenho 29 anos e fui diagnosticada a poucos meses com TEA e TDAH. O artigo me ajudou demais a entender melhor, apesar de eu já ter escutado sobre esses termos antes!
Eu sempre tive meltdowns e shutdowns sem saber, e só fui buscar ajuda profissional quando virou crise de pânico com necessidade de medicação pra controlar. Hoje tive um shutdown feio, mas consegui identificar que foi o acúmulo de stress e interações sociais intensas em uma única semana.
Encaminhei pras pessoas ao meu redor que estão passando comigo por esse processo de entendimento do recém diagnóstico tardio, e esse Artigo acredito eu que é muito útil tanto para quem está no espectro quanto quem está perto de quem tenha. Além disso, minha sobrinha tem TEA nível 2, e assim conseguirei auxiliar mais ela também nos processos dela.
Achei interessante que outros comentários relatam que é possível ser um adulto funcional tendo TEA, e é possível sim! Eu já morei sozinha no Japão pra fazer meu doutorado, sou professora e consultora de Química, tenho meus amigos e familiares. E tendo compreensão e compaixão dos q estão ao redor deixa o dia a dia muito mais saudável e leve pra lidar com tudo isso, e lembrando sempre de ter o acompanhamento profissional correto também faz toda a diferença!
Grata por isso e seguimos com amor, compaixão e no ritmo de cada um.
Obrigado por deixar seu comentário, Ana! Ficamos felizes em conhecer relatos como o seu. 💙
Texto excelente! Minha filha de 11 anos é autista leve e já teve vários shutdowns, mas teve um meltdown ontem pela primeira vez. Agora ela está bem. Estou lendo mais sobre o assunto e encontrei vocês. Obrigada!
💙
Gratidão. Muito bom o material, informações muito importante para o trabalho em sala de aula….
💙
Sou mãe de um autista de 4 anos e identifiquei meu filho no relato de Metdown mas de forma contraria, meu filho é uma criança extremamente amorosa, muito difícil ser agressiva, mas quando se sente desconfortável ou dentro de uma crise, ele simplesmente desliga, dorme um sono profundo por horas se deixar, e até agora esse relato foi a melhor explicação até agora, obrigada.
💙
Minha filha tem 7 anos, acabou de ser diagnosticada com autista leve.
É bem amorosa e comunicativa, mas, não consigo com que ela faça exames de nenhum tipo. Se tiver que ir numa emergência por conta da asma, descompensa, grita, quer chutar, bater em toda a equipe. Estou há dois meses tentando fazer ela ir fazer exame de sangue, mas, nem a ultra consegui fazer pois a crise é violenta, precisa ser segurada se for um exame de emergência, como ocorre no hospital.
Posso considerar isso Metdown?
Olá! Sentimos muito por essas dificuldades. Sim, pode ser uma crise de meltdown. É importante conversar com o neurologista sobre essa dificuldade para que seja avaliada a necessidade de medicação nos momentos que ela precisar passar por exames, pois isso pode diminuir o estresse causado por esses episódios.
Fui laudada a quase 1 mês com neuropsicologa. Fiquei surpresa com o diagnóstico de autismo com TDAH. As crises que eu tinha antes do diagnóstico e que tive depois são praticamente as mesmas da descrição do Meltdown. Tenho crises intensas quando estou estressada ou perco objetos. A última crise , por sorte, não tinha ninguém em casa, e não passei mais vergonha do que passaria com meu marido aqui. Tem momentos que aceito o diagnóstico, investigo sobre, mas tem hora que fico confusa e acho que tô inventando coisas. Mas quando vejo , repito os comportamentos apontados no laudo. Tenho 42 anos e vejo que pelo menos não nego mais e nem fico doída quando digo pra mim que sou o que sou. Abraço a todos e parabéns pelo artigo. Me ajuda muito a me entender.
Meu filho tem 15 anos e é diagnosticado com TEA. tem um dia em específico que ele tem uma crise que não consegue controlar o seu corpo, um exemplo disso é que quando ele está na mesa, ee fica batendo na mesa com as mãos fechadas, minha esposa e eu ficamos segurando os braços dele com muito cuidadopara que ele não se machuque, ele sente fortes dores de cabeça, não sei se isso faz parte do qiue foi explicado aqui.(meltdown) e isso acontece com frequência nos dias de 4ª e sábado entre 19h ás 20h. Gostaria muito de entender o por que acontece isso! grato pelas informações deste artigo. Sucessos.
Olá! Indicamos conversar sobre isso com um neurologista para que seja avaliado o caso e possíveis causas.
Eu tenho 45 anos, sofri a vida toda para achar o padrão certo. Agora minha chefe que tem um filho dentro do espectro detectou meus traços. E ela me ajuda muito, me vejo no filho dela de 5 anos. Só que eu aprendi a achar um lugar pra mim na sociedade, sozinha, ele não vai precisar sofrer tanto 🙏. Sou advogada, com duas pós graduação, conseguidos com muito esforço e aprendizado de repetição, mas eu consegui, sozinha…..Pois na época, ainda não sabia nada sobre isso. Me lembro que não entendia a tabuada do 9 como minha mãe queria, ela me dava socos na cabeça, então hoje, me sinto vitoriosa.
Tenho um filho de 12 anos diagnosticado com TEA suporte nível 2 desde os 4 anos e depois de ler que TEA tem origens genéticas, fui atrás para entender e, também fui diagnosticado com TEA suporte nível 1 faz 1 mês. Ainda tô digerindo essa informação.
Vim ler sobre esses termos para entender melhor as situações que acontecessem com meu filho e depois de refletir um pouco, também já passei por essas crises. Tive pouquíssimos Meltdown, mas muitos Shutdown. É realmente silencioso, tenho pensamentos suicidas e de que eu não sirvo pra nada e pra ninguém durante essas crises. E às vezes é difícil de identificar os gatilhos também.
Tenho 33 anos e tenho uma esposa que me ajudou no processo de descoberta do TEA (ela também que correu atrás pro diagnóstico do nosso filho).
Pessoal, uma pessoa tendo suporte, compreensão e amor, qualquer um com TEA consegue seguir adiante. Eu tive sem perceber.
Muito obrigado pela equipe que redigiu esse maravilhoso texto!! Abraços!
Olá, Marco. Obrigada, um forte abraço! 💙
Muito Obrigado pelo texto esclarecedor! Infelizmente não me ajudou muito… meu enteado tem 20 anos e foi diagnosticado com TEA grau 2 há cerca de 2 anos… junta-se a Depressão profunda, diagnosticada quando ele tinha 8 anos…
Hj estou com ele no hospital, depois da quinta tentativa contra a própria vida, ele não aceita tratamentos médicos, já ficou internado algumas vezes, mas desta vez está amarrado na maca por conta da agressividade com a mãe e os enfermeiros…
É desesperador… não sabemos como ajudá-lo…
Me desculpe pelo desabafo…
Olá, sentimos muito por isso e obrigada por dividir um pouco desse momento. Muita força por aí. Um forte abraço! 💙
Otimo artigo..me ajudou muito. Tenho um neto de 5 anos que sofre … a luta é diária… temos que ter muito amor pra suportar, Deus ta sempre no comando.
💙
Boa tarde. Eu tenho uma sobrinha autista, ela esta com 40 anos. A mae dela, minha irmã, tem 63 anos. O pai dela nunca entendeu e nem aceitou essa deficiencia da filha. Ela está numa fase da doenca muito complicada. A maior parte do dia ela bate no rosto com muita força. E qd nao está se auto agredindo, ela fica cortando papéis, bem miudinho. Muito triste.
Um forte abraço! 💙
Minha filha tem 12 anos e descobrimos o autismo nível 2 de suporte + TDAH + ansiedade crônica há apenas 4 meses. Está sendo uma adaptação difícil por conta da não aceitação do pai dela. Observo que após as crises de Meltdown ou até mesmo na inexistência dela, por exemplo, se ela recebe muitos estímulos sensoriais, principalmente sociais, ela dorme muitas horas seguidas (chegou a dormir 17 horas seguidas), muito mais do que normal pra uma pessoa da idade dela. Podemos caracterizar esse comportamento como Shutdown?
Olá, Keila. Como Shutdown significa desligamento, pode ser sim que sua filha precise de horas de sono para lidar com a sobrecarga. 💙
Estou com o relatório de uma psicóloga, esperando passar por neurologista para confirmar o diagnóstico de autismo 1.
Tenho certeza de que sou autista, a diferença é que tenho 51 anos e passei a minha vida toda me adaptando e as vezes chego a acreditar que me curei, mas aí chega momentos como este final de semana em que a minha comunicação fica tão limitada, que me sinto um peixe fora d’água, sinto raiva por não conseguir me expressar e pelas pessoas não me entenderem e daí quero me isolar.
Olá, Leonivan. Que bom que está sendo acompanhada por profissionais. Vai dar tudo certo, estamos por aqui, depois conte pra gente sobre o diagnóstico! Abraço 💙
Bastante esclarecedor. Até há pouco tempo, chamava minhas crises de “chiliques”, pois não sabia a terminologia correta. Estou com uma hipótese diagnóstica de dupla excepcionalidade (autismo e altas habilidades). Há alguns anos, fui parar na delegacia, de madrugada, por causa do latido do cachorro do vizinho. Chorava tanto que não conseguia falar, e por pouco não agredi o rapaz. Coitado, não entendeu nada. Claro que me desculpei depois, mas são situações que fogem ao meu controle. Não vejo a hora de poder tirar o RG com a identificação, para que não seja dada como louca numa hora dessas… Tenho 42 anos.
Oi Mailli. Não deve ter sido nada fácil passar por essa situação, aprender técnicas de regulação emocional pode te ajudar. Busque ajuda de um psicólogo. Um abraço! 💙
Olá, texto incrível e esclarecedor.
Parabéns a autoria !!!!
Sou casada há 10 anos e meu parceiro está dentro do Espectro, antes disso só tinha
diagnóstico de bipolaridade e vivo enfrentando crises mencionados acima.
É possível ser também por conta da bipolaridade?
Olá, Cristiana. As crises de Meltdown e Shutdown são observadas em pessoas com diagnóstico de TEA. Um abraço!
Boa tarde. Muito interessante e oportuna a leitura desse artigo. Frequentemente eu e minha esposa temos algumas discussões, onde na maioria das situações eu sofro com as crises emocionais que levam ao “meltdown”, depois passando para o “shutdown”. Porém, acima de tudo, não deixo de acreditar que Deus sempre me abençoa para restabelecer a paz interior. Separar um tempo para ler artigos como esse, traz uma sensação muito positiva.
Olá, Thiago. Que bom que a leitura em nosso Blog te ajuda a acalmar, continue nos acompanhando por aqui. 💙
Obrigada pelo cuidado que vocês têm em manter um site tão informativo e acolhedor sobre o autismo.
Recentemente recebi diagnóstico de autismo nível 1, já adulta, e estou começando a entender melhor o que acontece comigo.
Quando li sobre o meltdown, ficou bem claro para mim, e gostaria de saber o que podemos fazer para sair mais rápido deste estado, pois além do grito, me aperto, e acabo até me machucando sem querer porque não consigo controlar… E nem sempre tem alguém por perto para auxiliar…
Mas sobre o shutdown, ainda não está muito claro, tenho momentos em que simplesmente preciso ficar parada, sem pensar em nada, sem conseguir me levantar para comer ou fazer qualquer coisa… Mas, além disso, já desmaiei algumas vezes por causa de situações de estresse, como estar em lugares muito barulhentos, cheios, ou após mudanças de rotina. Também é comum desmaiar durante um shutdown?
Oi! Fico feliz que você tenha encontrado apoio aqui no site, e que esteja começando a entender melhor o seu diagnóstico. Sobre o meltdown, é importante tentar criar um ambiente seguro e acolhedor quando você percebe que está começando a acontecer. Identificar seus limites e ter estratégias, como respirar fundo ou apertar algo macio, pode ajudar a reduzir o impacto. Já o shutdown pode ser um jeito do seu corpo lidar com sobrecarga sensorial ou emocional, e desmaios, embora menos comuns, podem ocorrer em casos de extremo estresse. Procurar um profissional para te orientar sobre formas de prevenção e apoio é sempre uma boa ideia. Você não está sozinha nessa! 💙
Olá, Sou cuidadora de um rapaz autista Severo não verbal de 23 anos e 130 kg, ele tem fortes crises e eu ententendo quais os gatilhos que ocasionam as crises constantes , são excesso de estimulação diária vinda de sua mãe que altera a sua rotina , Ela o vê como um doente , sempre que ele chora ela dá dipirona pra ele tomar , sempre oferece doces aumentando seu caso de obesidade, eu gostaria de saber se é correto ela dá dipirona de 1 grama para ele todos os dias.
Oi! Você tem uma grande responsabilidade e faz um trabalho incrível como cuidadora. Sobre a dipirona, é muito importante que o uso de medicamentos seja sempre orientado por um médico, especialmente quando se trata de doses diárias. Seria bom conversar com a mãe dele sobre a importância de um acompanhamento profissional para gerenciar tanto as crises quanto a questão da obesidade, ajudando a encontrar alternativas mais saudáveis para o bem-estar dele. Você está fazendo o melhor ao buscar ajuda! 💙