Entender o autismo para apoiar e acolher


entendendo o autismo

Postado por Autismo em Dia em 17/fev/2023 - Sem Comentários

Muitos pais e cuidadores de crianças que apresentam sinais precoces de autismo querem entender o TEA e se perguntam quais são as causas, como pode ser diagnosticado e que tipo de ajuda está disponível.

Se você suspeitar que seu filho pode ser autista ou se ele recebeu um diagnóstico, há uma variedade de ajuda e suporte disponíveis. Este artigo pretende oferecer alguns recursos para entender e apoiar as necessidades de uma criança autista, além de fornecer respostas para perguntas frequentes e conselhos práticos e suporte, afinal, o mais importante é desenvolver compreensão e respeito pelas características da pessoa autista.

Continue a leitura e saiba mais!

Índice

O que é Autismo?

Autismo (também chamado de transtorno do espectro autista) é um espectro complexo de neurodesenvolvimento que afeta crianças, adolescentes e adultos. É identificada por um conjunto de comportamentos e sintomas que incluem dificuldades de interação social e comunicação, comportamentos repetitivos, interesses limitados e diferenças de processamento sensorial. De fato, a gravidade dos sintomas varia muito de pessoa para pessoa e varia entre os níveis de necessidade de suporte 1, 2 e 3.

O autismo é uma das condições de neurodesenvolvimento mais comuns. Tende a ser diagnosticado mais em meninos do que em meninas, mas também afeta o sexo feminino. As causas do autismo variam entre predisposições genéticas e outros fatores ambientais.1

É importante enfatizar que o autismo não é causado por negligência dos pais. O autismo afeta a maneira como as pessoas pensam, processam, interagem, se comunicam e se comportam, mas não muda quem elas são como indivíduos.

Com suporte e amadurecimento apropriados, os sintomas e os padrões de comportamento certamente mudam e se alteram, e as dificuldades e níveis de necessidade de suporte também podem diminuir. Inclusive, muitos autistas conquistam total independência na vida adulta. 

Como é a vida dos jovens autistas

Saber como será a vida de um filho autista no futuro é uma preocupação comum. Por isso, vamos abordar o assunto, deixando claro, previamente, que cada autista é único e seu futuro depende de diversos fatores, como nível de suporte, terapias realizadas na infância, etc.

Processamento sensorial

Jovens com autismo muitas vezes experimentam diferenças em seu processamento sensorial, podendo ser super ou pouco sensíveis a sons, toque, cheiros, paladar, luz, dor etc. Muitas vezes descrito como sendo mais sensível ou insuficientemente sensível, pode resultar, em alguns casos, numa sensação de estar sobrecarregado.

Socialização

Existem diferenças no desenvolvimento social, e compreender as interações e relações sociais pode ser muito desafiador. Frequentemente, autistas acham difícil ler a linguagem corporal dos outros ou entender figuras de linguagem, ironia, sarcasmo, etc.

Comunicação

A comunicação é uma área que se desenvolve de maneira diferente para pessoas autistas. Alguns têm atrasos na fala, outros não gostam de conversar ou desenvolvem uma linguagem muito formal, outros nunca chegam a usar a linguagem verbal, enquanto outros se comunicam sem diferenças significativas.

Isso impacta na interação com familiares, amigos e profissionais envolvidos no seu cuidado. Essas áreas geralmente podem ser apoiadas por uma variedade de estratégias cuidadosamente selecionadas e ensinadas por um terapeuta, incluindo comunicação visual, para apoiar a compreensão e a expressão. Isso pode ajudar a equipar um jovem com os meios para se comunicar, buscar ajuda e apoio quando sentir que precisa.

Rotina

Jovens com transtorno do espectro do autismo geralmente encontram conforto e experimentam uma redução na ansiedade em situações previsíveis e rotina. Lidar com a mudança pode ser extremamente estressante, por exemplo. Além disso, é provável que as atividades sejam frequentemente repetitivas e até mesmo os comportamentos possam ser repetidos indefinidamente. Músicas, frases, programas ou personagens favoritos também são muito comuns. Uma preferência pela mesmice costuma ser aparente. Colocar pertences ou definir atividades de forma rotineira e repetitiva é de fato comum. Alinhar objetos e repetir os mesmos padrões de jogo pode promover uma previsibilidade reconfortante que pode ajudar a diminuir parte da ansiedade associada ao gerenciamento de mudanças.

Gerenciando a ansiedade e o estresse

entendendo o autismo

Fonte: Envato – Foto de Maryna_Vagonetochka.

Ansiedade e estresse são de fato comuns no autismo devido às alterações sensoriais, de comunicação e possíveis sentimentos de “não se encaixar” entre os neurotípicos. Isso pode acontecer em qualquer idade, então o passo mais importante para lidar com isso é a ajuda profissional de um psicólogo especializado em autismo.

Mas existem algumas formas de ajudar a ensinar seu filho a controlar o estresse, o que é importante tanto para a saúde física quanto para o bem-estar emocional. Veja algumas dicas:

  1. Experimente e identifique os gatilhos. Tente minimizar ou reduzir a probabilidade de uma crise.
  2. Lembre-se de que a causa de se sentir sobrecarregado nem sempre é aparente. Às vezes, muitas instruções ou questionar muito pode ser um gatilho para a ansiedade. A má interpretação da comunicação pode ser uma situação que desencadeia um comportamento defensivo. Quanto mais pudermos nos comunicar com clareza, menos provável será que esses comportamentos ocorram.
  3. Se a ansiedade desencadeou o comportamento, é importante manter a criança segura e permitir que ela se acalme.
  4. Esteja atento às necessidades sensoriais. Eles são confortados por um abraço ou preferem espaço? Tente tranquilizá-los de maneira não invasiva.
  5. Ensine ao seu filho algumas técnicas de relaxamento para o estresse. As crianças podem aprender a relaxar como qualquer outra pessoa, e as técnicas de relaxamento as ajudarão a aprender como fazê-lo. Você pode tentar automassagem nas mãos, técnicas de respiração, etc.
  6. Incentive seu filho a participar de atividades que ele considera relaxantes ou calmantes. Eles podem precisar tentar algumas coisas diferentes antes de encontrar algo que funcione.
  7. Prepare um lugar especial onde seu filho possa ir se estiver estressado. Uma das melhores maneiras de reduzir o estresse é dar-lhes um lugar tranquilo e confortável onde possam relaxar.
  8. Evite expor seu filho a situações estressantes, se puder. Às vezes é impossível evitar que seu filho experimente algo estressante, mas se você puder evitar colocá-lo nessas situações, pode ser melhor para ele.
  9. Dê a si mesmo algum tempo. Pode ser difícil para os pais se retirarem da situação quando estão ajudando seus filhos. No entanto, se você estiver se esforçando e se cansando, pense em fazer uma pausa. Evite tentar gerenciar muitas coisas sozinho – deixe que outras pessoas também o ajudem. Incentive seu filho a fazer o mesmo quando ambos estiverem lidando com o estresse.
  10. Cuide da sua saúde também. O estresse e a ansiedade podem afetar seriamente sua saúde, portanto, tente cuidar de si mesmo antes de mais nada se estiver lutando para lidar com os níveis de estresse de seu filho. E, claro, se você é pai ou mãe e está lutando, converse com alguém sobre isso. O apoio profissional de um psicólogo é sempre indicado.

Obrigado pela leitura!

Esse foi o nosso texto elaborado com o objetivo de dar suporte aos pais e cuidadores que estejam com vontade de entender melhor o autismo e como lidar com ele. Gostou da leitura? Então continue navegando pelo nosso blog e leia mais!

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Até a próxima. 💙

Fonte: Envato – Foto de sweet_elenia.


O texto que você acabou de ler foi inspirado e adaptado do texto “Understanding Autism” do site www.witherslackgroup.co.uk/ 


Demais referências:

1- Ministério da Saúde – Acesso em 15/05/2023

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